Pré-candidato do PSB vê ex-presidente como oposição num eventual governo
No Estado, reduto politico da família Sarney, Campos deve apoiar candidatura de Flávio Dino (PCdoB)
Em discurso para 3.000 mil pessoas no interior do Maranhão, o presidenciável Eduardo Campos (PSB), afirmou que, se eleito, mandará o Senador José Sarney (PMDB-AP) para a oposição.
Em ato na noite de sábado em Timon (MA), 328 km de São Luís, o candidato do PB rechaçou a chance de ter o grupo político do ex-presidente em seu palanque político na disputa eleitoral deste ano.
A família Sarney é aliada da presidente Dilma Rousseff; o Maranhão, atualmente governado por Roseana Sarney (PMDB), filha do senador, é o principal reduto político da família.
"Eu serei presidente da República e respeitarei, sim, o presidente Sarney, mas, no meu governo, ele vai ser oposição nos quatro anos", disse Campos, sob aplausos.
"Acho que o Brasil precisa de um presidente que olhe no olho de cada homem e diga: a fartura em Brasília acabou", discursou.
O ex-governador de Pernambuco estava acompanhado do ex-deputado federal Flávio Dino (PCdoB), pré-candidato ao governo do Maranhão. O PSB deve integrar a chapa de Dino, em oposição ao pré-candidato governista Lobão Filho (PMDB), apoiado por Roseana.
Em sua fala Eduardo Campos também atacou o governo da Presidente Dilma Rousseff. "O Nordeste não teve o prazer de ver uma obra estruturadora. O governo que está aí foi eleito pelos nordestinos, mas nada faz pelo Nordeste", afirmou.
O presidenciável disse ainda que sua pré-candidatura é vítima da "jogo de terrorismo" que Lula sofreu de Fernando Collor na campanha presidencial de 1989.
"Eles estão apostando no desânimo do povo para votar em branco e nulo. A última aposta deles é divulgar nas comunidades que vou acabar com o Bolsa Família", disse.
"Mentira tem pernas curtas. Isso é a política do desespero. Eles estão fazendo o mesmo jogo de terrorismo que a turma de Collor fez com Lula em 89".
Depois de passar o domingo em Recife (PE), Eduardo Campos participa hoje de um almoço em São Paulo, ao lado do empresário João Dória Jr., presidente do Grupo Lide. e de outros executivos, no hotel Grand Hyatt.