Para Mariana Aydar, o filme revela "um Dominguinhos que pouca gente conhece: jazzista, improvisador, universal. "Virtuoso que nunca estudou música", diz Mariana, explicando seu interesse em realizar uma obra que homenageia um dos ícones da música brasileira. O projeto levou seis anos para ser realizado. A cantora menciona singularidades bastante marcantes na obra do exímio sanfoneiro: seu refinamento musical, sua universalidade. "Assim era Dominguinhos. Grande, muito grande. Simples, muito simples", diz ela.
É por isso que o longa valoriza a experiência sensorial e cinematográfica e se aprofunda nos arquivos de imagem e fonogramas raros, numa viagem conduzida pelo próprio Dominguinhos. O espectador não vê músicos falando sobre Dominguinhos, mas sim o próprio músico falando de sua infância, do pandeiro como seu primeiro instrumento, dos onze dias de viagem entre Guaranhuns e o Rio (em 1954), de seu primeiro casamento, de sua parceria de vida e de música com Anastácia, sua segunda mulher, sua mescla de ritmos, de influências. Estão ali registros de Dominguinhos, um músico popular, mas que encanta os eruditos pelo virtuosismo e capacidade de improviso, que passou por todos os ritmos e tendências.