Mais um preso foi encontrado morto ontem no complexo penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, no Maranhão. É a terceira morte no local apenas neste mês, e a 63ª desde 2013.
Jô de Souza Nojosa, 21, havia sido detido no fim de dezembro ao tentar entrar no complexo com maconha e um celular escondidos em uma peça de carne.
O corpo dele foi encontrado na manhã de ontem em uma ala do bloco D do CCPJ, um dos oito presídios que compõem Pedrinhas.
Segundo a Polícia Civil, Nojosa foi esganado e asfixiado antes de ser pendurado em uma corda improvisada, para simular um suicídio.
O governo do Maranhão descarta essa hipótese, já que o corpo apresentava sinais de agressão. Não foram encontradas armas dentro da cela.
Os assassinatos em Pedrinhas, com decapitações e esquartejamentos, levaram o Estado administrado por Roseana Sarney (PMDB) à pior crise do sistema carcerário dos últimos anos. Desde o fim de dezembro, homens da Polícia Militar atuam dentro de todos os presídios locais.
Em 2013, segundo levantamento feito pela Folha, houve 230 homicídios nas prisões brasileiras. Só o complexo de Pedrinhas, com 60 mortes no ano passado, respondeu por 26% do total nacional.
De acordo com a Sejap (secretaria de administração penitenciária), Nojosa tinha ainda um mandado de prisão expedido contra ele por porte ilegal de arma.
Para a pasta, o crime pode ser entendido como reação à transferência de presos para cadeias federais. Anteontem, os primeiros nove presos foram levados a uma penitenciária de segurança máxima em Campo Grande (MS).
A Polícia Civil, porém, diz que a maior suspeita é que o assassinato seja decorrência de desavença entre presos.
Os sete detentos que dividiam a cela com a vítima serão autuados pelo homicídio.
INTERVENÇÃO
A crise na segurança penitenciária do Maranhão, protagonizada por Pedrinhas, é investigada pela Procuradoria-Geral da República desde o fim do ano passado.
O procurador-geral, Rodrigo Janot, deve fazer um pedido de intervenção nos presídios maranhenses ao STF (Supremo Tribunal Federal), segundo a Folha apurou.
Em documento enviado à Procuradoria, o governo do Estado estima um investimento de R$ 131 milhões na construção, reforma e manutenção de presídios, além da aquisição de equipamentos.
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