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sexta-feira, 26 de julho de 2013

Funcionários do Mateus prometem fazer greve no dia 2 de agosto impedindo inauguração de loja do grupo no Turu

   
Funcionários em assembleia na Praça Benedito Leite
    Funcionários dos Supermercados Mateus ameaçam entrar em greve no próximo dia 2 de agosto. Eles pretendem paralisar toda a rede de supermercados em São Luís. A intenção é causar transtorno na data de inauguração de mais uma loja do grupo na capital  na avenida São Luís Rei de França, no bairro do Turu.

Funcionários do Mateus em frente ao Sindicato dos Comerciários

   Invisíveis para mídia local temerosa de perder os poderosos anunciantes, até as 10 horas da note desta quinta-feira, 25, caixas, empacotadores, repositores entre outros funcionários do Mateus tentavam negociar uma pauta de reivindicação com a direção do Supermercados intermediada pelo Sindicato dos Empregados no Comércio de São Luís - Maranhão. Cerca de 40 funcionários do Mateus acompanhavam de perto a rodada de negociações entre trabalhadores e patrões na praça Benedito Leite, em frente ao sindicato.
O empresário Ilson Mateus

    Um advogado do sindicato apresentou ao grupo as propostas do empresário Ilson Mateus.Foram unanimemente recusadas. Segundo ele, a convenção coletiva de trabalho homologada pelo sindicato e patrões não permite revisão de alguns itens proposta pelas reivindicações encaminhadas ao grupo Mateus. Entre os itens da pauta sobressaem-se as péssimas condições de trabalho em todas as lojas do grupo. Quase análogas à condição de escravos. 
    Os funcionários reclamam da falta de equipamentos,  estafantes jornadas de trabalho, regime coercitivo para uso de banheiros entre outras de maior gravidade. A proposta apresentada pela empresa é a efetivação de uma ouvidoria em todas as lojas, repudiada pelos funcionários. Eles afirmam que a ouvidoria existente na estrutura da empresa é incompetente e insensível. Não vêem possibilidade de transformá-la.
    "Cansamos de reclamar por melhores condições e não sermos ouvidos. Greve já", desabafou aos brados um funcionário no meio da assembleía improvisada na Benedito Leite.
    Eles reclamam que o grupo empresarial exige esforço do trabalhador sem recompensá-los. No setor de reposição a reclamação é por equipamentos e contra as extasiantes jornadas de trabalho. Geralmente eles extrapolam o horário. Os funcionários pedem ainda que a empresa forneça café da manhã para as turmas que iniciam ao trabalho nas primeiras horas da manhã.
    "Eles nos fornecem uma cesta básica com produtos a dois dias no máximo do vencimento cobrando por eles valores correspondentes a 70, 80 por cento do preço de venda nas prateleiras", conta uma caixa. Ela afirma que além da pressão psicológica imposta pela direção a empresa,frequentemente são destratadas pelo público. "Não é porque estamos com uma farda de caixa que não merecemos respeito", reclama a caixa do Mateus.
    O grupo Mateus está em 15 cidades maranhenses e três estados da federação. Na capital do Maranhão tem dez lojas, além dos segmentos Mix Mateus e Eletro Mateus, com horário de funcionamento das 7h30 às 22 horas, de segunda a sexta-feira; no  domingos das 7h30 às 14 horas. Ex-garimpeiro de Serra Pelada (PA) onde o senador Lobão Filho montou uma padaria, Ilson Mateus se iniciou o comércio varejista vendendo pinga em Balsas no ano de 1986. No Pará, Mateus fechou lojas em Parauapebas por questões trabalhistas. Manteve apenas os negócios em Marabá. No Tocantins, o grupo abriu negócios em Palmas, a capital.
PS - O Grupo Mateus tem sido um dos principais colaboradores do governo do estado. Em 2010, na véspera das eleições gerais para governador, senador e membros das câmaras federais e estaduais, o grupo colaborou com o programa Meu Primeiro Emprego. O grupo está entre os principais patrocinadores de projetos culturais aprovados pela Lei Estação de Incentivo à Cultura, de renúncia fiscal.