Estrada de Ferro Carajás |
O deputado estadual Hélio Soares tem uma visão cristalina em relação a Vale no Maranhão. "A Vale não tem responsabilidade social alguma no Maranhão. Só no datashow e na propaganda", afirmou Soares em discurso na tribuna da Assembleia Legislativa.
O parlamentar propôs a abertura de canais de debate sobre as compensações que grandes como a Vale e Suzano. "São insignificantes", define o deputado.
Ele antevê perspectivas desastrosas para a agropecuára, fauna, flora e recursos hídricos da região sul do estado diante dos impactos ambientais gerados pela plantação de eucalipto pela Suzano."Ninguém mais no Maranhão vai criar gado, porque todas as propriedade estão sendo arrendadas por esses grandes grupos", constata Soares.
Na visão do deputado, o lucro rápido da plantação de eucaliptro tem contribuído para destruição irreversível do meio-ambiente no estado. "Esta casa tem que discutir as compensações", reclama Soares.
O deputado aponta impactos que extrapolam questões ambientais em diversos municípios do corredor de exportação da VALE no Maranhão. "A gente se depara com uma catástrofe social", revela.
Em Bom Jesus da Selva, um dos 23 municípios entrecortados pela Ferrovia Carajás, a explosão demográfica elevou a população em mais de 30% em curto período de tempo. Ele credita à duplicação da ferrovia da ferrovia o aumento da prostituição, assaltos no município. Com a duplicação o número de trens da VALE na ferrovia deve passar de 300 paa 600.
Hélio Soares comparou relações distintas que a VALE mantém com Parauapebas (PA) e prefeituras maranhenses. Só de recolhimento do ISSQN (Imposto Sobre Serviços) são recolhidos aos cofres do município paraense R$ 22 milhões ao mês.
"No nosso território de escoamento não existe nada absolutamente nada. Igarapé do Meio é um município onde a gente compra água, R$ 20,00 uma lata d’água, e a população ali vê o trem passar. Até o próprio Itaqui, que é o ponto final de escoamento, parece que não tem utilidade nenhuma", citou.
O deputado diz está cansado de conversas infrutíferas com a direção da mineradora, uma das maiores do mundo. Na quarta-feira a VALE cancelou reunião que manteria com prefeitos da região sul do corredor da ferrovia, em Açailândia.
Sobre a paralisação no município de Santa Rita ocorrido no mesmo dia, o deputado não vê maiores consequências. "A Vale não tem prejuízo nenhum. A paralisação é programada", afirma A proposta do parlamentar maranhense é agrupar os 23 municípios na Associação dos Municípios do Corredor da Vale, incluindo as comunidades indígenas.
"Vamos mostrar para o Brasil que essa propaganda da VALE não é verdadeira tanto quanto se prega nos meios de comunicação no nosso Maranhão", diz Hélio Soares.