TATIANA FREITAS
Da Folha
Enviada especial a Imperatriz (MA)
Enviada especial a Imperatriz (MA)
Aos 160 anos, a cidade de Imperatriz --a segunda maior do Maranhão-- receberá
sua primeira grande indústria. No quarto trimestre de 2013, a Suzano Papel e
Celulose inaugura no município uma fábrica que vai praticamente dobrar o seu
tamanho.
Hoje, a Suzano tem capacidade para produzir 1,9 milhão de toneladas de
celulose por ano. A nova unidade, sozinha, fabricará 1,5 milhão.
Eudes de Souza - 16.ago.12/Divulgação |
Construção de fábrica de celulose da Suzano na cidade de Imperatriz, no Maranhão, que será inaugurada em 2013 |
"É o maior projeto do setor em construção no mundo", diz Ernesto Pousada,
diretor de operações da Suzano. A unidade Eldorado, que é erguida pela J&F
em Goiás, tem a mesma capacidade.
Para um projeto gigantesco, cifras elevadas. A Suzano investe R$ 5,8 bilhões
em Imperatriz --quase três vezes o PIB do município, de R$ 2 bilhões em 2009,
segundo os dados mais recentes do IBGE.
Com a Suzano, a cidade atrai outros investimentos. Pelo menos três
multinacionais fornecedoras da companhia se instalarão na cidade.
No ano que vem, a finlandesa Metso, responsável pelo projeto de engenharia,
abrirá uma unidade para manutenção e assistência técnica da fábrica de celulose.
A Eka Chemicals, braço da holandesa AkzoNobel, investirá R$ 179 milhões numa
unidade de produtos químicos. Também do setor químico, a francesa Air Liquide
monta uma unidade de produção de gases em Imperatriz, com aporte de R$ 128
milhões. Metade da produção vai para a Suzano.
Os outros 50% serão vendidos a indústrias de outros setores e à área médica.
"Teremos excedente para atender a demanda do Norte e Nordeste, que estão
crescendo muito e são carentes de produtores locais", diz Marcelo Fioranelli,
diretor-geral da Air Liquide.
O prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira (PSDB), diz que o empreendimento
também movimenta a construção civil e serviços. "Vinte e seis prédios estão em
construção na cidade."
Neste mês, um shopping com 180 lojas será inaugurado. Em 2013, sete cursos de
ensino superior serão abertos.
CAPACITAÇÃO
Cerca de 600 quilômetros distante da capital São Luís, Imperatriz cresceu
lentamente após a construção da rodovia Belém-Brasília, em 1958.
Entre Belém, Brasília, Palmas e São Luís, Imperatriz se desenvolveu como
entroncamento comercial. O resultado é uma economia concentrada em serviços,
responsável por 75% do PIB.
Sem histórico de atividade industrial, faltou mão de obra especializada para
a Suzano.
Para formar profissionais, a empresa patrocina cursos no Senai nas áreas de
construção civil, montagem industrial e serviços. Mais de 4.500 pessoas já foram
treinadas e, dessas, 3.000 foram contratadas para trabalhar na obra ou por
outras empresas da região.
Para a operação, a companhia montou um curso técnico em celulose em parceria
com o Instituto Federal do Maranhão. De 226 formandos, 116 estão sendo treinados
em outras unidades da Suzano. No final de 2013, estarão aptos a operar sozinhos
as máquinas de Imperatriz.
A repórter TATIANA FREITAS viajou a Imperatriz a convite
da Suzano.