Nos seus 400 anos, São Luis, outrora Upaon-Açu – terra dos Tupinambás, vive os enormes desafios de uma grande cidade brasileira. Mas, com um agravante: a sua conhecida e trágica desigualdade social, exacerbada em relação às outras grandes cidades.
Em sua história política recente, as administrações Jackson Lago foram um marco de realizações em todas as áreas, seja na saúde, na educação, na infraestrutura, na cultura, etc. Sempre voltadas para combater essa mazela de nosso estado e país.
A sua liderança política na capital maranhense, posta à prova em várias eleições, não tem outra justificativa. Não tinha poder econômico, televisão, rádios ou jornais. Enfrentando o império de comunicação construído ao longo dos já quase 50 anos de domínio oligárquico – o conhecido Sistema Mirante e seus apêndices, o qual batizou de “Sistema Mentira”, devido ao tipo de jornalismo empreendido que, muitas das vezes, nas disputas políticas e eleitorais, esquece as regras e o papel de uma concessão num sistema democrático para privilegiar os objetivos políticos e eleitorais de seus patrões-proprietários, Jackson Lago impôs, em São Luis, várias derrotas eleitorais aos poderosos de nossa terra, exceto a última eleição de 2010, quando a sua imagem foi desgastada pelos ataques ao seu governo, algumas das vezes com a colaboração de alguns de seus próprios membros auxiliares, assim como pela exploração da segurança jurídica de sua candidatura, feita tanto pelos sarneyístas como pelas oposições lideradas pelos senhores Zé Reinaldo e seu então candidato Flávio Dino.
Estas eleições de 2012 serão as primeiras após o seu falecimento. Percebe-se o vazio que deixou em todos nós, goste-se de mais ou de menos. Quando reorganizamos o PDT de forma democrática e sob o seu legado, pretendíamos homenageá-lo com um grande debate a respeito de São Luis, bem como encontrar as melhores posições pelo estado afora. Infelizmente, o nosso partido também foi alvo da vilania, de interesses pessoais e partidários outros, que os atuais dirigentes (nomeados pelos dois chefes nacionais que andam sumidos nesses tempos de campanha eleitoral!) são apenas serviçais com o único objetivo de locupletar-se.
O Comitê de Resistência Democrática Jackson Lago – movimento idealizado dentro de nosso partido para se contrapor aos atuais chefetes-, discutiu a tese da candidatura própria e lançou o nome do ministro Edson Vidigal que, num ato de solidariedade à luta partidária, aceitou esse desafio de se contrapor ao que estava estabelecido ao nosso partido, isto é, não cumprir com a própria resolução nacional e coligar-se à candidatura do deputado federal Edivaldo Holanda que, compensatoriamente, licenciou-se por 4 meses para o seu amigo e tão afamado suplente.
Após todas as tentativas, não obtivemos êxito. Decidiu-se, então, que o Comitê não apoiaria nenhum nome nesse primeiro turno, porém, com a liberação de que cada um tomasse a sua decisão pessoal. Não participei dessa última reunião por compromissos profissionais. Mas senti-me à vontade de expressar, desde o início, a minha posição contra a candidatura Holanda, por representar tudo o que combatemos no nosso partido. Representa a “velha política” feita por “novos atores”, nada mais! Essa candidatura, a rigor, é fruto de um grande conchavo que se iniciou há quase 2 anos, com a participação dos senhores Carlos Lupi e seu menino de ouro, Julião Amin, Edivaldo Holanda, o pai, e Flávio Dino. Este, inclusive, revelou o conchavo em declaração recente à imprensa. Não compactuo com essa política pequena, mesquinha, baixa, de interesses, de interferir sorrateiramente nos partidos, de atropelar o processo democrático,… Longe disto!
Há 20 dias das eleições, expresso o que já venho fazendo há mais de um mês aos amigos, companheiros e outros interlocutores: No dia 07 de outubro, votarei no candidato Haroldo Sabóia (PSOL) para prefeito de São Luis.
Conheço Haroldo Sabóia desde os meus 9 anos de idade, quando candidatou-se e elegeu-se deputado estadual pelo MDB em 1978.
Conheço a sua participação na luta contra a implantação da ALCOA na ilha de São Luis; na luta pela Anistia; a sua solidariedade aos estudantes na Greve de 79; na luta pela redemocratização do país; pelas Diretas Já, etc.
Sei de suas boas atuações como deputado estadual por 2 mandatos, deputado federal por 3 mandatos e vereador de São Luis por 1 mandato, incluindo o privilégio de ter sido Constituinte.
Reconheço, também, o seu importante papel na aliança política que elegeu Jackson Lago prefeito de São Luis em 1988.
Portanto, opto por votar num candidato a prefeito que tem identidade e história com as lutas populares e democráticas de nossa cidade. E não é difícil reconhecer que tem as melhores propostas!
Isto, ninguém pode tirar do Haroldo Sabóia, 50!