A cultura não está isenta dos ataques eleitoreiro. Procurado sazonalmente, de acordo com o calendário de eventos e em período onde o apelo pega bem, o setor está no alvo de algumas candidaturas. Uma delas é do ex-secretário de estado da Cultura, Luiz Henrique Bulcão. Tem outros pondo Cultura no sobrenome ou no slogan de campanha, por mais fajuta que seja. Bulcão jamais estaria nessa situação. É amigo (assim se considera) da corte. Mas não está sozinho na aventura. Tem outros nomes de umbigo preso ao grupo político do senador José Sarney no Maranhão de olho na Câmara Municipal. O passo seguinte é previsível na política.
Depois que deixou de ocupar uma sala na rua Portugal, antes endereço meio incerto do expediente diário como titular da pasta, Bulcão busca vias para alimentar seu projeto de ocupar uma vaga na Câmara Municipal de São Luís. Para contar com os artistas, o peemedebista fez correr um abaixo-assinado por iniciativa própria para que signatários declarem voto ao candidato a edil. Bulcão quer a espontaneidade da retribuição daqueles que privilegiou, conforme o costume da política cultural. Os incautos estão nesse meio.
Tem recorrido até ao mambembe, ao artista de rua e a todos que de uma forma ou de outra estiveram nos corredores do casarão na Praia Grande. Alguns, nem mesmo estiveram por lá, preferindo às margens, a solicitação extra-oficial. Agora, sem a pompa e circunstância que o cargo lhe outorgava - assim agia conforme seu entendimento da função pública - , se jogaràs massas. Tem apelado para todo ramo.