REYNALDO TUROLLO JR.
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
As praias de São Luís, no Maranhão, impróprias para banho devido ao
lançamento de esgoto sem tratamento, passarão por um trabalho de despoluição
inédito, que deve começar ainda este ano.
Na cidade, as praias são historicamente poluídas, já que apenas 10% do esgoto
da capital maranhense --cidade com 1 milhão de habitantes-- recebe tratamento
adequado.
Em abril, o governo do Estado foi obrigado pela Justiça Federal a instalar
placas nas praias da capital alertando os banhistas sobre as más condições da
água do mar.
Conforme a Folha mostrou em julho, a medida afastou os turistas da
cidade.
Na semana passada, o Ministério do Turismo empenhou R$ 10 milhões que poderão
ser contratados pelo governo estadual para realizar obras de contenção do esgoto
despejado nas praias.
Segundo a Caema, companhia ambiental estadual responsável pelo esgoto em São
Luís, o dinheiro será usado para despoluir os rios que desembocam nas praias do
Caolho e Olho d'Água, região mais frequentada da orla. Ao todo, a ilha tem 14
praias.
As obras deverão ser concluídas até o final de 2013, informou a Caema, em
nota.
Segundo o ministro do Turismo, Gastão Vieira, o Estado deverá submeter seu
projeto de saneamento à aprovação da Caixa Econômica Federal, que fará o repasse
e acompanhará a execução da obra.
"Se for bom, teremos como financiar até R$ 30 milhões no ano que vem", disse
o ministro, que é natural de São Luís.
REDE DE ESGOTO
A ideia é construir uma rede que direcione o esgoto das praias para as duas
estações de tratamento da cidade, que operam abaixo da capacidade devido à falta
de um sistema coletor (que leva o esgoto dos imóveis até as estações).
De acordo com o Ministério do Turismo, parcerias para saneamento semelhantes
à de São Luís são realizadas em 14 Estados. A última delas foi em Porto Belo
(SC).
Além da parceria com o Turismo, o Maranhão recebe verba do PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento) para saneamento na capital --R$ 124 milhões, com
contrapartida de 20% do Estado.
Da Folha