Dilma Rousseff prestou um inestimável serviço a Renan Calheiros. Opondo-se ao retorno dele ao comando do Senado, deixou-o a um passo do regresso. Escolhido pelo Planalto para suceder José Sarney na presidência do Senado em fevereiro de 2013, Edison Lobão saiu de cena de fininho. O padrinho Sarney alinhou-se com Renan.
Na vereda que abriu em direção ao controle do Senado, Renan cavalga a tese segundo a qual Dilma embrulhou para Sarney um presente de grego. Quer que o afilhado do morubixaba do PMDB o suceda não para homenageá-lo, mas para tomar dele o Ministério de Minas Energia, seu feudo desde o reinado de Lula.
Há cinco meses, o segundo de Lobão no ministério, Márcio Zimmermann, filiou-se ao PMDB. Engenheiro eletricista ligado a Dilma, ele seria promovido de secretário-executivo a ministro antes do Natal. Agora, se quiser desligar Sarney da tomada do setor elétrico, Dilma terá de demitir Lobão. Algo que o PMDB duvida que ela fará.
Assim, cinco anos depois de ter renunciado à presidência para não ser cassado, Renan equipa-se para voltar. Junto com ele, voltará o noticiário sobre as razões da renúncia. Entre elas a denúncia de que custeava com verbas de uma empreiteira as despesas de um filho tido fora do casamento. Tudo isso nas pegadas da cassação de Demóstenes Torres.
Do Jornal Extra