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quarta-feira, 23 de maio de 2012

Pré-candidatos chovem no molhado no seminário "São Luís, outros 400"

    No seminário "São Luís, Outros 400", coincidentemente mesmo nome de projeto cultural do cantor e compositor Joãozinho Ribeiro, apadrinhado pelo deputado federal Bira do Pindaré (PT), os quatro pré-candidatos a prefeito da capital maranhense na eleição deste ano apontaram o dedo para uma ferida exposta.
    Mobilidade urbana, ocupação e preservação de área verde da Ilha, caos na saúde, educação, infraestrutura e um rol de problemas foi citado até a náusea pelos pré-candidatos  com postura posada de cavaleiros de um apocalipse inexorável. Poucas, porém, foram as sugestões apresentadas para solucionar os mais simples, como a buraqueira que impede que veículos mantenham uma velocidade média nas vias da cidade, até a complexa relação com a OGX, Alumar e outros monstros sagrados do capitalismo. Falou-se no futuro como se  o presente não fosse imperativo.
    Tadeu Palácio, pré do PP e ex-aliado dos Sarney,  evocou o "éramos felizes e não sabíamos" da sua administração, com dócil mea culta, e equivocou-se quanto ao significado do que seja erário; Roberto Rocha, pré do PSB e ex-aliado de Castelo, espargiu soluções genéricas empunhando varinha de condão igualmente imaginária, sempre com o ar professoral; Eliziane Gama, pré do PPS e ex-aliada de Castelo,  no púlpito acima dos pecadores, ignorou que a menos de 25 quilômetros de São Luís  existe uma escola de tempo integral, ainda em solo maranhense, que bem poderia economizá-la em viagens ao Piauí ou destinos turísticos vizinhos para contatar outra realidade; e, por fim, Edivaldo Holanda Júnior, pré do PTC também ex-aliado de Castelo, invocou todos os santos para conter o desemprego e a migração de mão de obra, não esquecendo de demostrar boa intenção com o inóquo papel da Câmara Municipal.
    Todos os "prés" falaram para uma seleta plateia de candidatos ao legislativo e correligionários como se estivessem no horário gratuito - no espaço da Assembleia onde o 0800 deve  funciona formalmente - de televisão com ajuda das rádios aliadas. Entre elas a emissora capitalizada pelos Rocha, condescendente até o silêncio com a administração Roseana Sarney: a começar pela água ( em algumas situações podre), que escorre nas ruas da cidade na mesma intensidade que falta nas casas, até o esparadrapo colorido na saúde a poucos metros da sede da rádio.
    O grupo dos "prés" tem o ex-deputado federal Flávio Dino como timoneiro. Destoa porém do presidente da Embratel quando o assunto é o adensamento sobre o conhecimento dos problemas da cidade e intenções de adotar medidas de gestão para solucioná-los. Essa foi a diferença de Flávio Dino em 2008 para a velha política que acabou vingando com ajuda de três dos quatro "prés" da oposição.