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segunda-feira, 16 de abril de 2012

Sarney trata do coração em São Paulo, mas o pobre Maranhão ainda aguarda os hospitais de Roseana

Duas realidades – Presidente do Senado Federal, o maranhense José Sarney, senador pelo PMDB do Amapá, sentiu-se mal na sexta-feira (13) e no dia seguinte chegou ao Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, um dos melhores centros médicos do País. Após os exames, Sarney sentiu-se mal na madrugada de domingo e foi submetido a um cateterismo, seguido de angioplastia com colocação de “stent”. De acordo com o cardiologista Roberto Kalil, Sarney “correu sério de risco de infarto”.
Segundo boletim divulgado pelo hospital, o presidente do Senado encontra-se na Unidade de Tratamento Intensivo e seu estado de saúde é considerado estável. A previsão é que Sarney deixe a UTI nesta segunda-feira (16), mas seguirá internado por pelo menos uma semana.
Como sempre afirmamos em nossas reportagens e matérias, exigir coerência da classe política é a mais hercúlea das tarefas que pode ser delegada a um reles cidadão, mas diante da iminência da morte o ser humano sempre faz uma retrospectiva da vida. No caso de sair são e salvo do susto, esse balanço é deixado de lado. Se em algum momento nesses últimos dias o senador José Sarney encontrou tempo para pensar no povo do Maranhão, que seu clã governa com mão de ferro há cinco décadas, por certo recordou-se que os maranhenses estão entregues à própria sorte quando o assunto é saúde pública.
Roseana, governadora do Maranhão e filha do cardiopata José Sarney, prometeu construir e entregar 72 hospitais até o final de 2010, algo que não aconteceu e tem sido objeto de recorrentes e vergonhosas cobranças por parte de adversários políticos e principalmente da população.
Para José Sarney e seus aduladores pouco importa como anda a saúde pública no estado – a cargo de Ricardo Murad, cunhado da governadora – pois os melhores hospitais do País são acessíveis a ele e ao clã que conseguiu a proeza de transformar o Maranhão no mais miserável estado brasileiro, assunto que parece não incomodar o Palácio do Planalto e seus atuais inquilinos, outrora críticos do senador.
Luiz Inácio da Silva, que foi um crítico ácido e contundente de Sarney, acertou quando passou a usar o bordão “nunca antes na história deste país”. Mas os leitores não devem se preocupar, pois a conta do tratamento de José Sarney deve em breve chegar ao bolso de cada um dos contribuintes. Até porque, o Brasil, como apregoou Lula, é o país de todos. Principalmente quando o assunto é financiar mordomias à classe política.
Do Ucho Info