Presidente Dilma e Edivaldo JHolanda Júnior |
Em entrevista concedida à Rádio Capital, o deputado federal Edivaldo Holanda Júnior (PTC) desamarrou seu feixe de críticas à administração do prefeito João Castelo (PSDB). Até então em silêncio sobre os problemas da cidade, Edivaldo Holanda Júnior delineou seu afastamento do tucano com quem seu partido esteve aliado nas eleições de 2008.
Pré-candidato a prefeito de São Luís, o parlamentar respondeu às perguntas dos radialistas Ivison Lima e Raimundo Machado durante rápida entrevista à emissora maranhense pertencente ao grupo de comunicação ligado ao ex-deputado federal Roberto Rocha. Ele reiterou sua confiança no projeto político capitaneado pelo x-deputado federal Flávio Dino.
Confira a entrevista:
Rádio Capital - O senhor está acompanhando daí de Brasília a greve dos professores da rede municipal de ensino. Qual sua impressão sobre o movimento?
Edivaldo Holanda Júnior – Lamento a situação em que se encontra a educação em São Luís. Sabemos que o ano letivo deveria ter começado no dia 30 de janeiro. Infelizmente isso não ocorreu. Tivemos essa data adiada por 45 dias, sendo transferida então para o dia 15 de março. Isso ocasionou um grande transtorno para 137 mil alunos. Ou seja, 137 mil alunos sem ter aula até hoje. O que foi alegado pela prefeitura de São Luís é que precisaria de tempo para reformar e reequipar as escolas. E esse prazo também serviria para treinar professores, nomeados através de concurso público. A prefeitura teve o período das férias escolares para fazer tudo isso, mas não fez. O pior de tudo é que se passaram 45 dias do prazo e perto de expirar o prefeito anuncia a ordem de serviço para a tão esperada reforma dos prédios escolares. Houve a conclusão de apenas três prédios. Sei também que não foi suprida a demanda de professores. O que temos de concreto é a incerteza da volta às aulas.
Rádio Capital – Qual a avaliação que o senhor faz da administração do prefeito João Castelo?
Edivaldo Holanda Júnior - É uma administração onde toda a cidade esperava que fosse vitoriosa, vencedora, enfim, uma grande gestão. Eu aponto principalmente a falta de gestão. Em todas as secretarias. Eu creio que deve haver um choque de gestão do novo prefeito, seja ele quem for. Além de descentralizar a administração, hoje concentrado na mão de apenas uma pessoa, sem dar liberdade aos próprios secretários de desenvolver suas ações.
Rádio Capital – Por falar em novo prefeito, o senhor é pré-candidato a prefeito de São Luís?
Edivaldo Holanda Júnior - Nosso partido determinou nossa pré-candidatura. Nós entregamos essa candidatura nas mãos de Deus e de cada cidadão de São Luís. Daqui a um mês e meio teremos uma definição diante de um contexto para começa a se mover na cidade. Alguns pré-candidatos estão envolvidos nesse processo. Esperamos que nosso nome seja escolhido para disputar esse pleito eleitoral. É um grande sonho meu administrar a minha cidade. Não faço política por interesse, faço por vocação. Estou colocando meu nome para a população de São Luís. Então vamos aguardar que esse consenso ocorra.
Rádio Capital – O senhor faz parte do grupo denominado campo popular democrático. Esse grupo deve apresenta outras candidaturas?
Edivaldo Holanda Júnior - É um grupo forte onde existem pré-candidaturas colocadas. Todo esse contexto está sendo liderado pelo ex-deputado Flávio Dino que hoje representa uma grande esperança não somente para São Luís, mas para todo o Maranhão. O nome do ex-deputado Flávio Dino hoje é estadualizado. Temos esperança que em 2014 ele seja o nosso grande candidato ao governo. E creio que esse grupo deverá marchar unido para estas eleições, pois 2012 representa 2014.
Rádio Capital – Esse impasse entre o prefeito e o sindicato dos professores tem conotação política?
Edivaldo Holanda Júnior - O próprio sindicato tem reivindicado diante da falta de cumprimento das decisões judiciais como pagamentos atrasos, progressões verticais e horizontais.Sabemos que as conquistas vieram por meio de uma ação direta de inconstitucionalidade patrocinada pela própria prefeitura. O Sindicato reivindica com justa razão.
Radio Capital – O prefeito pediu tempo. O senhor acredita que esteja havendo intransigência das partes?
Edivaldo Holanda Júnior – Existe uma suspeita de que a greve foi o principal motivo da prefeitura adiar o início do período letivo. Essa suspeita paira em São Luís. Não seria a reforma das escolas, mas a greve marcada inicialmente para o dia 27 de janeiro. A intenção foi esvaziar a greve.
Rádio Capital – Como o senhor enxerga a crise enquanto parlamentar?
Edivaldo Holanda Júnior - O caos se instalou na cidade. Podemos acompanhar o desespero dos professores a ponto deles terem que invadir a Câmara Municipal para pedir socorro. Soube que durante a semana houve uma manifestação pacífica à frente da prefeitura para tentar abrir o diálogo. Pedimos que o prefeito abra o diálogo com a categoria. Sem diálogo o impasse vai continuar. E quem vai continuar sendo penalizado são os alunos, que estão fora de aula e sendo prejudicados por tudo isso.
Rádio Capital – O senhor vai se pronunciar na câmara Federal sobre essa a situação da educação em São Luís?
Edivaldo Holanda Júnior - Era para eu ter feito o pronunciamento na tarde de quarta-feira, mas infelizmente por conta da votação da Lei geral da Copa que enfrenta um grande impasse aqui em Brasília a sessão terminou às 17h 30, o que não é comum. Normalmente as sessões vão até as 11 ou varam a madrugada. Mas estarei subindo a tribuna da Câmara Federal para denunciar o caos que vive a educação na nossa cidade.
Rádio Capital – Como o senhor analisa o desempenho político da presidente Dilma?
Edivaldo Holanda Júnior - O grande impasse é em relação à votação do Código Florestal A maioria dos parlamentares, aí independe de ser da base aliada ou não, está condicionando a votação da Lei Geral à votação do Código Florestal. A informação que temos é que uma vez votada a Lei Geral da Copa, sem amarrar a votação do Código Florestal, o governo deixaria para votar o código apenas depois das eleições em outubro, ou então no ano que vem. O próprio governo tem medo de que o Código florestal tenha algumas mudanças negativas e venha a prejudicar a presidente no Rio + 20. Então, creio que semana que vem deveremos ter uma solução para isso. O governo deverá tentar com os líderes para que isso possa ficar definido.