O Maranhão, São Luís, sua história e lendas e seus filhos ilustres já foram temas de escola de samba do Rio de Janeiro e São Paulo em mais de uma dezena de vezes. Há sessenta anos os carnmavalescos buscam inspirações nas terras das palmeiras e sabiás.
Este ano a Escola de Samba Beija-Flor de Nilópolis desfila sob o tema “São Luís, o poema encantado do Maranhão”, homenagem aos 400 anos de fundação da cidade imaginada como a França Equinocial, depois Athenas Brasileira, Cidade dos Azulejos, Jamaica brasileira e tantos outros codinomes que lhe derem.
De 1952 até este ano a inspiração foi pé quente em duas ocasiões: a primeira no Rio de Janeiro com o tema “O rei de França na ilha da assombração”, primeiro campeonato conquistado pelo carnavalesco Joãosinho Trinta no Salgueiro. Voltaria ao desfila das campeãs com o extenso “O Príncipe Encoberto ou a Busca de Dom Sebastião na Ilha de São Luís do Maranhão”, na Gaviões da Fiel, em São Paulo.
No carnaval de 2012, a Beija–Flor de Nilópolis prestará homenagem espec ial ao carnavalesco Joãosinho Trinta, que deu cinco títulos à escola. As cantoras Alcione e Rita Ribeiro desfilarão na azul e branco. Um ala porém sintetizará a cultura mais expressiva que o Maranhão alimenta desde sua origem, as manifestações folclóricas resultantes da miscigenação racial que emana do território entre o mar e a região amazônica.
Com especial destaque para o bumba-meu-boi, a ala reúne representantes dos grupos mais representativos do folclore. Surgido na década de oitenta, o Boi Barrica, grupo que amalgama todos os sotaques (maneira como se estratifica a manifestação no estado, conforme a indumentária e abordagem musical), se destaca pelo tratamento contemporâneo do folguedo. Mas serão os cazumbás do Boi da Fé em Deus, comandado pelo mestre Zé Olhinho, que encantará os espectadores e telespectadores do mundo inteiro.
A forte influência africana sobre o Maranhão estará representada pelos pais, mães, filhos e filhas de santo dos terreiros de Mina que abrirão a ala da cultura autêntica do estado. Religião que resiste com o passar dos anos, a Mina é o retrato do Maranhão ancestral que resiste no presente e se projeta no futuro, como o próprio carnaval. Foi esse aspecto de resistência que encantou o diretor geral da Beija-Flor, Laíla, durante visitas de pesquisa a espaços de referências culturais em São Luís.
Maranhão nos desfiles
Maranhão nos desfiles
1952 - Mangueira - Gonçalves Dias
1958 - Mangueira - Canção do Exílio
1960 - Unidos do Viradouro - Catulo da Paixão Cearense
1962 - União da Ilha do Governador - Catulo da Paixão Cearense
1973 - União da Ilha do Governador - Y Juca Pirama
1974 - Salgueiro - O rei de França na ilha da assombração (Campeã)
1977 - Acadêmicos de Santa Cruz - Luar do Sertão
1982 - Renascer da Lapa (São Paulo) - O Touro Negro da Praia dos Lençóis
1990 - União da Ilha do Governador - Sonhar com Rei dá João (homenagem a
Joãosinho Trinta)
1994 - Unidos da Ponte - Marrom da Cor do Samba (Alcione)
1996 - Mangueira - Os Tambores da Mangueria na Terra da Encantaria
1999 - Gaviões da Fiel (SP) - O Príncipe Encoberto ou a Busca de Dom Sebastião na Ilha de São Luís do Maranhão (campeã)
2001 - Beija Flor (Vice-Campeã) - A saga de Agotime
2002 - Acadêmicos do Grande Rio - Os papagaios amarelos nas terras encantadas do Maranhão
2010 - Acadêmicos do Tucuruvi (SP) - São Luís do Maranhão: um universo de encantos e magias
2012 - Beija-Flor –São Luís, o poema encantado do Maranhão