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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Reveillon não tem preço no Maranhão e na ilha da fantasia de Castelo

    Com a ressaca quase sarada, os maranhenses agora coçam o bolso. Insistentemente fora do universo fiscal da pessoa física, os gastos públicos com o réveillon (ou seriam réveillons?)  não entram nesse cálculo por total desconhecimento das cifras.
    Disputando quem oferece o melhor circo, Prefeitura de São Luís e governo do estado do Maranhão repetiram a fórmula do embevecimento e desvario da festa para escamotearem o mais importante: qual o custo da balada com direito a reluzente Marrom Alcione, um magote de cantores maranhenses contratados no atacado, anjos italianos, sambistas com sorrisos importados do Rio e São Paulo, túmulo do samba do poetinha Vinícius de Moraes.
    No varejo, cada um dos talentos locais que subiram o palco montado pelo governo do estado na Litorânea embolsou R$ 3 mil para cantar uma música. Um cala boca e tanto, diríamos, se possível fosse comparar essa farpela com os cachês das estrelas.
    Das estrelas, Alcione tem brilho de metal de primeira grandeza junto à amiga governadora. Daí, declaração de amor no palco nesse tempo "lupianos" é pule de dez. O “faz- me rir” do pessoal da Beija-Flor – Selminha e colegas – os deixou em estado de graça. O pacote do contrato incluiu a participação da turma no réveillon do Hotel Pestana, organizado pelo colunista PH, do jornal O Estado do Maranhão.
    Os anjinhos pagos pela prefeitura do tucano João Castelo foram mais uma sacada da manga do carnavalesco da Fundação Municipal de Cultura, professor Euclides Moreira Neto.De última hora, como de resto a programação do estado, ficaram fora do foco das câmeras da TV Mirante (Globo).
    Nesses tempos esfuziantes do governo Roseana Sarney, jornalista tem estatus de conviva vip. Daí, quanta indiscrição perguntar aos senhores governantes – do estado e município – o custo da festa. Isso é lá assunto que interessa recalcado! Só nos resta buscar inspiração no francês, nesses anos de 400 primaveras da ilha: despertai-vos maranhenses.

Alguns gastos com a virada:
Governo do Distrito Federal (Capital Federal) – R$ 2,3 milhões
Principais atrações: Móveis Coloniais de Acaju, Natiruts, Arlindo Cruz e duplas sertanejas João Bosco e Vinícius e Pedro Paulo e Matheus. Total dos cachês: R$ 890 mil
Montagem da estrutura:R$ 1,4 milhão
25 minutos de queima de fogos
Promoção: Secretario de Cultura do Governo do Distrito Federal
Local: Esplanada  dos Ministérios

Prefeitura de Fortaleza (CE) – R$ 5,5 milhões
Principais atrações: Ivete Sangalo (R$ 700 mil), Fagner (R$ 300 mil)
Promoção: Secretaria de Turismo de Fortaleza, Setfor.
15 minutos de queima de fogos (R$
Locais: praia de Iracema, Messejana e Conjunto do Ceará.

Prefeitura do Rio de Janeiro – R$ 17,2  milhões
Realziação: Prefeitura do Rio de Janeiro.
Patrocínio: Bradesco, Coca-cola, Oi e  Petrobras
16 minutos de queima de fogos
Local: Praia de Copacabana

Prefeitura de Florianópolis (SC) - R$ 2,8 milhões (R$ 1,2 milhões repassados pelo Estado)
Principal atração: Paula Fernandes
18 minutos de show pirotécnico importado da Espanha, China e Estados Unidos
Locais: Avenida Beira-Mar, Ponte Hercílio Luz

Prefeitura de Manaus  (AM) - R$ 1.062.780,00
Principais atrações: Bruno e Marrone ( R$ 702.780,00), Calcinha Preta (R$ 200 mil) e Thales Roberto (R$ 160 mil)
Promoção: Fundação Municipal de Eventos e Turismo (Manaustur)
Local da festa: Ponta Negra