Os deputados da comissão de meio ambiente da Assembleia Legislativa posaram para foto sobre o navio Vale Beijing, fundeado a 60 quilômetros da margem do Porto de Itaqui há mais de 30 dias. Nesse período o deputado Léo Cunha, presidente da comissão, apresentou requerimento solicitando informações e esperou.
Esperou até a sexta-feira, 6 de janeiro, para receber um convite para ir até o navio pertecente a STX Pan Ocean, empresa coreana tão desconhecida por ele como para todos os maranhenses.
Para a visita, Cunha convidou os colegas Eduardo Braide, suplente da comissão, e o primeiro-secretário da Assembleia, deputado Hélio Soares.
Leo Cunha é empresário com negócios em Imperatriz, a 617 quilômetros distante da ilha de São Luís. Braide é advogado. Hélio Soares tem o ensino médio incompleto. São, portanto, leigos no assunto.
A visita então se resumiria a ouvir as explicações, à maneira do bêabá, do capitão dos Portos e de representantes da STX.
O navio ameaça ir a pique com rachaduras no casco, levando junto a carga de meio milhão de tonelada de minério e milhões de litros de óleo que empurrados pelas correntes marinhas da Costa Maranhense provocaria um desastres sem precedentes no meio ambiente do estado.
Mesmo diante dessa possibilidade, os deputados não se fizeram de rogados, posaram para uma foto em pose olímpica - o que os distingue são as luvas brancas, sem equipamentos de proteção -, demonstrando toda satisfação em ali está, em um dos maiores navios do mundo. Qual pinto no lixo. É o retrato mais perfeito da nossa classe política.