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segunda-feira, 30 de maio de 2016

Márcio Vasconcelos lança livro que resgata em fotos história de Lampião







Vencedor do Marc Ferrez, Na Trilha do Cangaço – O Sertão que Lampião Pisou será lançado pela editora Vento Leste dia 31 de maio, terça-feira, no Museu Histórico e Artístico do Maranhão
    O fotógrafo Márcio Vasconcelos viajou quatro mil quilômetros sozinho com seu próprio carro durante dois meses, registrando lugares e personagens que construíram o imaginário popular do mito Lampião. Recolheu imagens fantásticas do nordeste brasileiro e produziu um ensaio fotográfico transformado em livro. 
    O projeto, contemplado em 2010 com o XI Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia ganhou edição requintada com a publicação de Na Trilha do Cangaço – O Sertão que Lampião Pisou, que será lançado no dia 31 de maio, terça-feira, no Museu Histórico e Artístico do Maranhão, a partir das 19h30, com performances de Urias de Oliveira e o DJ Jorge Choairy fazendo a trilha sonora.
    Com curadoria de Maureen Bisiliat e texto de apresentação do historiador Frederico Pernambucano de Mello, pela editora Vento Leste, o livro tem capa dura, 104 páginas e será vendido no lançamento por R$ 40.
    O registro de Márcio Vasconcelos passou por cinco estados do nordeste brasileiro – Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia e Ceará – tendo visitado grandes cidades, povoados e pequenos vilarejos, retomando uma trilha imaginária por onde Lampião poderia ter passado, de 1920 a 1940. 
    “Fui inspirado pelas imagens que tenho na memória dos fotógrafos da época, que se aproximaram do Lampião, o filme e o material deixado pelo Benjamin Abrahão, e pude ver que de lá pra cá muita coisa ainda permanece como se o tempo tivesse parado nas mesmas agruras e dificuldades de anos atrás”, conta Márcio.
    A intenção do Projeto é resgatar e refazer os caminhos percorridos por Lampião - segundo personagem mais biografado da América Latina, depois do Che Guevara -, Maria Bonita, Corisco, Dadá e seus bandos, através da elaboração de uma trilha que ligará locais que são simbólicos na história do cangaço pelos sertões nordestinos. Além do aspecto físico desse sertão revisitado, o Projeto pretende também identificar, localizar e fotografar personagens que fazem parte dessa história, além de descendentes destes, para contar causos e atestar a veracidade do mito Lampião e Maria Bonita.
    “Feliz conjuntura entre as imagens de Vasconcelos – silenciosas, sensíveis, estrofas de um poema – e a Saga do Cangaço e do Lampião, história escrita por Frederico Pernambucano de Mello que com riqueza de informação euclidiana, nos apresenta Lampião ‘símbolo de toda uma região brasileira’, um livro que cavalga célere, levado pelas esporas do cangaço e pelo vento forte do sertão!”, escreve Maureen.
SERVIÇO
Livro: Na Trilha do Cangaço – O Sertão que Lampião Pisou
Fotografias de Márcio Vasconcelos e Texto de Frederico Pernambucano de Mello

Curadoria e Concepção Editorial: Maureen Bisiliat
Editora Vento Leste
Produção Cultural: Marina Gonzalez/COMG
104 páginas, capa dura, 27cm x 23cm
Preço: R$40,00

Lançamento:
Dia 31 de maio, terça feira, a partir das 19h30
Museu Histórico e Artístico do Maranhão | Rua do Sol, 302, Centro, São Luís (MA) 
Performances de Urias de Oliveira e DJ Jorge Choairy

Mais informações sobre o projeto: www.natrilhadocangaco.com.br

MANCHETES DOS JORNAIS

Maranhão
O Estado do MA: Programas na TV viram vitrine para pré-candidatos
Regional
Jornal do Commercio: Vítima de estupro entra em programa de proteção
Meio-Norte: 151 já fugiram em um ano
O Povo: Começa o período mais crítico para o abastecimento
Nacional
Correio:  Agenda positiva de Temer inclui reajuste para servidores
Folha: Dersa aceita custo maior de obra só com laudo da OAS
O Estadão: Congresso só apoia pacote de Temer com alterações
O Globo: Governo cobra R$ 11 bi de empresas da Lava-Jato
Zero Hora: Campanhas municipais ficarã 80% mais baratas

domingo, 29 de maio de 2016

Sarney e suas digitais

Lula se arrependeu de escolher Dilma, disse Sarney a Machado

Para Renan, contas de Duda no exterior podiam ter envolvido ex-presidente

O ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) comentou, em conversa gravada por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está arrependido de ter optado por Dilma Rousseff para lhe suceder. Em gravação divulgada pela TV Globo, Sarney refere-se à escolha de Dilma como “o único erro que ele (Lula) cometeu”.
Sérgio Machado, que gravou conversas com outros políticos do PMDB, fez acordo de delação premiada homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Na gravação de Sarney, ele não cita o nome de Lula, mas se refere ao ex-presidente na resposta a uma crítica de Machado à omissão de Dilma.
— Ele (Lula) chorando. O que eu ia contar era isso. Ele me disse que o único arrependimento que ele tem é de ter eleito a Dilma. Único erro que ele cometeu. Foi o mais grave de todos — disse Sarney.
Em outro trecho da gravação, com Renan Calheiros, divulgado pelo jornal “Folha de S.Paulo”, o presidente do Senado afirma que Lula só escapou das acusações de envolvimento com o escândalo do mensalão (2005) porque não investigaram a fundo a movimentação financeira do marqueteiro Duda Mendonça no exterior.
Responsável pelo marketing da vitoriosa campanha presidencial de Lula em 2002, Duda já admitiu, em depoimento à CPI dos Correios, que recebera R$ 10 milhões no exterior em esquema de caixa dois.
— Por que que o Lula saiu? Porque o Duda fez a delação. Na época, nem tinha (a lei). O Duda fez a delação e disse que recebeu o dinheiro fora. E ninguém nunca investigou quem pagou, né? Este é que foi o segredo — disse Renan.
“APARTAMENTO BANCÁRIO”
Em outro trecho, Renan e Machado conversam sobre o tríplex no Guarujá e o sítio em Atibaia, cuja propriedade é atribuída ao ex-presidente, que nega ser o dono.
— Botou na real. Aí (inaudível) umas besteiras, como a Marisa diz, besteira. Ele (Lula) tem R$ 30 milhões em caixa. Como é que não comprou um apartamento, uma porra (inaudível)? Porra, umas merdas, um sítio merda, um apartamento merda — diz Machado.
— Apartamento bancário — comenta Renan.
Machado afirma ainda que a criação da empresa Sete Brasil, voltada para a construção de navios-sonda para a exploração do pré-sal brasileiro, teria sido armação de Lula, depois de ele ter deixado o governo, com Sérgio Gabrielli, então presidente da Petrobras, e “uma turma”.
— ... ele armou depois, naquela Sete, naquela Sete que armou. Inclusive tentaram (inaudível). E ali foi o Gabrielli, junto com uma turma, armaram aquilo, foi outra cagada.
— Uma cagada — concorda Renan.
A presidente afastada Dilma Rousseff disse que não vai comentar as declarações de Sarney e de Sérgio Machado. O presidente do Senado, Renan Calheiros, também se negou a falar das gravações. A assessoria de imprensa do Instituto Lula classificou as gravações de “nojentas”. O advogado de Sarney, Antônio Carlos de Almeida Castro, disse que o expresidente não vai responder sobre fragmentos do que está sendo vazado.

O Globo desvenda façanhas criminosas de Waldir Maranhão



  • JULIANA CASTRO Enviada especial juliana.azevedo@oglobo.com.br RUBEN BERTA rberta@oglobo.com.br

Presidente interino da Câmara fraudou contas eleitorais

Waldir Maranhão declarou à Justiça ter financiado parte de sua campanha em 2010 com a venda de sua casa em São Luís, que continua em seu nome e onde mora até hoje

Para especialistas, há suspeita de um crime de falsidade ideológica para fins eleitorais, que pode levar a novo processo
Presidente da Câmara desde que Eduardo Cunha foi afastado, Waldir Maranhão (PMDBMA) disse ter doado para sua campanha em 2010 R$ 557 mil em recursos próprios, oriundos principalmente da venda de sua casa, por R$ 550 mil. Só que o imóvel jamais deixou de estar em nome do deputado e de sua mulher, que moram nele até hoje, como contam JULIANA CASTRO e RUBEN BERTA. O dinheiro do suposto negócio nunca entrou em sua conta e a casa voltou a ser declarada por Maranhão em 2014, o que pode configurar crime de falsidade ideológica, de acordo com especialistas. Alçado à presidência interina da Câmara após o afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no início do mês, Waldir Maranhão (PP-MA) mentiu à Justiça Eleitoral maranhense num processo de investigação de suas contas eleitorais, o que pode, agora, criar-lhe novos problemas jurídicos e agravar sua situação política — fragilizada a ponto de impedir que ele consiga presidir uma simples sessão ordinária sem ser alvo dos protestos de seus pares.
GIVALDO BARBOSA/9-5-2016Em 2010. Na declaração de bens, Maranhão disse ter R$ 16,5 mil em dinheiro, mas doou R$ 557,6 mil à própria campanha; recursos seriam de um empréstimo de R$ 98 mil e da suposta venda de sua casa
Para explicar os recursos arrecadados para a campanha de 2010, Maranhão informou à Justiça Eleitoral ter doado para si mesmo R$ 557,6 mil, ou 68% do custo total. No processo aberto para apurar possíveis irregularidades na prestação de contas, o parlamentar afirmou que vendeu sua casa, em um dos bairros mais nobres de São Luís. Mas, como O GLOBO constatou, o imóvel nunca deixou de estar em nome do deputado e de sua mulher, a pedagoga Elizeth Azevedo, eé o local onde o casal vive até hoje. De acordo com especialistas, o parlamentar pode ser alvo de uma ação criminal ou eleitoral por fraudar as contas de campanha.
Desde que assumiu a presidência interina da Câmara, Maranhão vive a insólita situação de não poder desempenhar suas funções. No capítulo mais surpreendente do processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, o deputado anulou na véspera a sessão de votação na Câmara, mas, poucas horas depois, voltou atrás. Sua atitude gerou revolta, e, desde então, ele vive sob os protestos de colegas, que já gritaram “Fora, fora, fora”, expulsando-o do plenário. Nos bastidores, há uma articulação para esvaziar os poderes do presidente interino.
Em 2010, Waldir Maranhão empregou R$ 821,7 mil em sua tentativa de se reeleger deputado, sendo R$ 557,6 mil de recursos próprios. Os números chamaram a atenção do Ministério Público Eleitoral (MPE) pelo fato de o parlamentar ter declarado possuir um patrimônio de apenas R$ 16,5 mil.
SUPOSTO COMPRADOR É ALIADO
Nos autos do processo sobre a prestação de contas, Maranhão argumentou que obteve empréstimo de R$ 98 mil do Banco do Brasil e que o restante veio da remuneração que recebeu ao longo dos anos como parlamentar e secretário de Ciência e Tecnologia do Maranhão, no governo de Roseana Sarney. Segundo a defesa do deputado, esse dinheiro não apareceu na declaração de bens à Justiça Eleitoral porque houve erro quando seu partido preencheu o registro de candidatura.
No entanto, diante da desconfiança dos promotores, Maranhão mudou a versão. Disse que, além do empréstimo, a renda veio também da venda de sua casa, no número 370 da Alameda Campinas, em Olho D'Água, por R$ 550 mil, a João Martins Araújo Filho. Chegou a apresentar uma promessa de compra e venda do imóvel assinada por ambos.
Os vínculos entre Maranhão e Martins não são poucos. Em dezembro de 2009, o parlamentar era secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, quando nomeou Martins para o cargo de superintendente de Educação Superior e Profissional. Em 2010, o suposto comprador da casa doou R$ 11 mil à campanha do deputado. Hoje, Martins preside a Comissão Setorial de Licitação da Secretaria de Cidades e Desenvolvimento Urbano (Secid) do Maranhão, órgão onde estão lotados outros seis doadores de campanha de Maranhão e duas irmãs do parlamentar.
A explicação não convenceu, e a Justiça Eleitoral desaprovou suas contas eleitorais. O Ministério Público entrou com uma representação pedindo a perda de seu mandato, pela não comprovação da origem de parte dos recursos financeiros arrecadados em 2010.
A defesa alegou que o pagamento pela venda da casa seria feito em três parcelas. No entanto, o sigilo bancário de Maranhão foi quebrado, e não havia nenhum repasse dos valores. Outra evidência da fraude é que o imóvel continua no nome do parlamentar e da mulher, conforme documento obtido pelo GLOBO no 1º Registro de Imóveis de São Luís.
Num primeiro contato, o advogado de Maranhão, Michel Saliba, alegou que a efetivação da compra no cartório é obrigação do comprador:
— O registro é só um detalhe. Hoje, os custos são muito altos, o que inibe as pessoas de fazer. Isso é algo que valeria, inclusive, uma reportagem. Mas, enfim, se o comprador não fez, não é culpa do deputado.
Porém, o próprio parlamentar voltou a declarar o imóvel à Justiça Eleitoral em 2014. Em um segundo contato, o advogado alegou não saber da informação e que pode ter havido um erro:
— O fato de constar na declaração pode ter sido um mero equívoco do contador.
O GLOBO foi ao número 370 da Alameda Campinas na última quarta-feira e, ao chegar lá, deparou-se com um Toyota Hilux 4X4, com a placa JHO-0934, de Brasília, estacionado em frente ao endereço. O veículo, com essa mesma placa, foi declarado por Maranhão na campanha de 2010, à época com valor de R$ 160 mil.
Ao pedir para falar com Maranhão ou a mulher, O GLOBO confirmou que os dois moravam no imóvel e foi avisado de que eles não estavam em casa. Um funcionário disse não saber a que horas os dois voltariam e anotou o número de contato do GLOBO. O presidente interino da Câmara e a mulher não retornaram.
Após inúmeros recursos, os promotores pediram, e o Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA) arquivou o caso em 2015 — não porque o deputado tenha provado a origem do dinheiro, mas porque o mandato dele já havia terminado em 2014. Sem mandato para ser cassado, houve perda de objeto. Por conta disso, o caso nunca chegou a ser julgado.
Procurado pelo GLOBO por e-mail, Maranhão não tratou das evidências de que prestou informações falsas à Justiça Eleitoral. Limitouse a dizer que não responde a processo:
“A assessoria de imprensa da presidência da Câmara informa que o presidente Waldir Maranhão não responde a qualquer processo no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Em sessão realizada em maio de 2015, o pleno do tribunal decidiu que a ação que pesava contra o parlamentar teve perda de objeto e, por isso, foi arquivada. O próprio MPE — autor da ação contra o parlamentar — admitiu a perda de objeto da ação, já que pedia a perda do mandato obtido em 2010”, diz a nota enviada pela assessoria.
Diante das evidências de que não houve a venda da casa, especialistas afirmam que o parlamentar ainda pode sofrer processos, mesmo depois de o TRE do Maranhão ter arquivado o caso. Para a procuradora Silvana Batini, professora da FGV Direito Rio, há suspeita de crime de falsidade ideológica para fins eleitorais:
— Mesmo que o documento (a promessa de compra e venda apresentada por Maranhão no processo) seja materialmente verdadeiro, a ideia que ele expressa foi inventada. Isso expressa o crime eleitoral de falsidade ideológica, com a pena de até cinco anos de prisão. Como ele é deputado federal, se ele fosse responder por esse crime, seria no Supremo Tribunal Federal, porque, independentemente da natureza do crime, ele vai responder sempre no STF — disse. Para Silvana, não caberia uma ação de natureza fiscal, porque, por jurisprudência do Supremo, só há crime de sonegação se a Receita Federal afirmar que houve sonegação; mas, como o órgão tem cinco anos para chegar a essa constatação, prazo que já passou, não haveria como processá-lo.
Para Eduardo Nobre, sócio fundador do Instituto de Direito Político e Eleitoral (IDPE) e advogado do escritório Leite, Tosto e Barros, apesar de o processo de 2010 ter sido extinto, se for comprovada a fraude, ainda pode haver consequências para o deputado:
— Se ele disse na declaração de 2014 que possuía um imóvel que havia declarado ter vendido em 2010, ele pode estar incorrendo, em tese, em falsidade eleitoral. É algo que pode ser levantado — afirmou o especialista.
Outra questão ressaltada por Nobre é uma possível implicação criminal:
— A divulgação de que há essas divergências nas declarações do deputado pode provocar o Ministério Público a abrir um inquérito para apurar um suposto crime fiscal. Pode ser pedida a quebra de sigilo do parlamentar para que possa ser verificado o que ele efetivamente declarou para a Receita Federal.
O GLOBO pediu ainda explicações a João Martins Araújo Filho, mas não houve resposta. A equipe do jornal encontrou-o em seu local de trabalho, mas ele se negou a falar sobre o caso.
— Eu não sou obrigado a dar nenhuma declaração para a imprensa — disse, expulsando O GLOBO de sua sala na Secretaria de Cidades e Desenvolvimento Urbano.

  • 29 mai 2016
  • O Globo
  • JULIANA CASTRO juliana.azevedo@oglobo.com.br

De reitor e político apagado ao comando da Câmara

O deputado que sempre se aliou a quem está no poder agora pretende chegar ao Senado

Em 2006, o então reitor da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), o médico veterinário Waldir Maranhão, pegou alguns colegas de surpresa. Sem ter revelado suas pretensões políticas e há três anos no cargo, ele deixou o posto para concorrer a uma vaga de deputado federal na eleição daquele ano, com a bênção do então governador José Reinaldo (PSB). Desde então, sempre esteve ao lado de quem comanda o estado. Foi secretário de Roseana Sarney e hoje está com o rival dela, o governador Flávio Dino (PCdoB), fazendo indicações para cargos. Sua meta agora é conseguir o posto de senador da República nas próximas eleições gerais. Para isso, tem filiado candidatos a prefeito que, se eleitos, podem ajudá-lo a pavimentar o caminho até o Senado.
JULIANA CASTRONa beca. Foto do presidente interino da Câmara na galeria dos reitores da Universidade Estadual do Maranhão
Quem vê hoje Maranhão no comando da Câmara não consegue entender muito bem como ele chegou lá. No próprio estado natal, dominado pelos Sarney, o parlamentar era tido como um político apagado. Seguiu assim no Congresso, onde era do baixo clero. Maranhão tornou-se mais conhecido ao ser citado na Operação Lava-Jato e, depois, quando assumiu a Casa após Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ser afastado.
Talvez o lugar onde Maranhão foi reconhecido desde sempre seja Lira, bairro paupérrimo de São Luís (MA), onde seu pai, João Batista, apelidado de Pinga Fogo, tinha uma padaria. Era lá que, de vez em quando, Maranhão batia ponto na juventude, atendendo os clientes, já com o bigode que usa até hoje.
— Ele é mais famoso aqui que banana — disse uma senhora, que conhece o deputado desde a juventude. — Ele era um menino bom. Depois, com essa coisa de política, a gente não sabe.
Até hoje, parentes do deputado moram por lá, mas nem isso o faz ter uma frequência maior no bairro. Quando está no estado, ele fica em Olho D’Água, região que em nada lembra a pobreza do lugar onde cresceu.
Há em Lira quem o chame de professor, profissão que exerceu na Uema antes de virar reitor. Aliás, o estado cobra do deputado R$ 370 mil (sem correção monetária) de salários que ele recebeu sem ter dado aula. Maranhão disse que devolveria os recursos, mas pediu que isso fosse feito de forma parcelada.
Antes de cursar Medicina Veterinária na Uema, o deputado estudou no Liceu Maranhense. Pelas salas de aula da instituição, criada em 1838, já passaram nomes como o poeta Ferreira Gullar, a cantora Alcione e políticos como os ex-governadores do Maranhão Roseana Sarney e Jackson Lago. Foi na escola — a segunda mais antiga do Brasil, atrás apenas do Colégio Pedro II, de 1837 — que o ex-presidente José Sarney começou a militância política, no grêmio estudantil.
O GLOBO teve acesso aos boletins do presidente interino da Câmara que demonstram que ele era um aluno inconstante, com notas que variavam de 5,3 em português, na 7ª série do ensino fundamental, a 9,6 em química no 2º ano do ensino médio. Essa inconstância Maranhão demonstrou ao anular as sessões do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff para, horas depois, voltar atrás.
  • 29 mai 2016
  • O Globo
  • rberta@oglobo.com.br RUBEN BERTA

Secretária de Cidades trabalhou para maior doadora do deputado

Empresa foi responsável por 40% do arrecadado por Maranhão em 2014

Além da nomeação de duas irmãs e de seis doadores de campanha do deputado Waldir Maranhão (PP-MA) na Secretaria de Cidades e Desenvolvimento Urbano (Secid), revelada pelo GLOBO no último domingo, a própria presença de Flávia Alexandrina como titular da pasta reforça o feudo criado pelo parlamentar em seu estado. Antes de assumir o cargo, Alexandrina trabalhou como consultora da Amorim Coutinho Engenharia e Construções. A firma foi a maior financiadora do presidente interino da Câmara nas eleições de 2014: contribuiu com R$ 300 mil, cerca de 40% do total recebido (R$ 755 mil).
A doação a Maranhão foi a única realizada pela Amorim Coutinho nas eleições de 2014. Além de doadora de Maranhão, a empresa também tem forte ligação com outro político de peso no estado. O sócio administrador da firma é Antonio Augusto Araújo Coutinho Filho, sobrinho do atual presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Humberto Coutinho (PDT), ex-prefeito da cidade de Caxias (MA).
A própria assessoria da Secid confirmou que Alexandrina trabalhou para a Amorim Coutinho por um ano, antes de assumir seu posto atual. Foi entre agosto de 2013 e o mesmo mês de 2014. Em nota, alegou, porém, que a consultoria foi feita sem vínculo empregatício. “Devido à sua larga experiência na gestão de programas de habitação, a Sociedade de Programas Específicos (SPE) Cidade Nova, da qual faz parte a Amorim Coutinho com outras quatro empresas, contratou Flávia Alexandrina como consultora, sem vínculo empregatício, para gerenciamento da contratação de projeto habitacional junto ao Banco do Brasil”.
Alexandrina foi funcionária de carreira da Caixa, até se aposentar em 2013. A secretária afirmou em nota que “desconhece existência de doações a candidatos, inclusive ao deputado Waldir Maranhão, já que nunca teve envolvimento político-partidário”.



MANCHETES DOS JORNAIS

Maranhão
O Estado do MA: 37 menores mortos este ano na Ilha
O Imparcial: Bebês abandonados
Regional
Jornal do Commercio: A rua como o lar
Meio-Norte: Capital se torna cidade musical
O Povo: Empresa de doleira envolvida em escândalo no BNB
Nacional
Correio:  O Brasil que vê a crise como oportunidade
Folha: "Temer terá de se ajoelhar para Cunha", afirma Dilma
O Estadão: 900 mil famílias caem de classe social em um ano
O Globo: Presidente interino da Câmara fraudou contas eleitorais
Zero Hora: Cedo demais

MANCHETES DOS JORNAIS

Maranhão
O Estado do MA: 37 menores mortos este ano na ilha
Regional
Jornal do Commercio: "Não doi o útero. E sim a alma"
O Povo: "Foi um acerto de contas", denuncia conselho penitenciário
Nacional
Correio: A extrema covardia dos crimes contra mulher
Folha: Queda na arrecadação no Brasil afeta mais os estados
O Estadão: Seis em cada dez cidades têm rombo nas contas
O Globo: STF proíbe tramitação oculta de casos contra autoridades
Zero Hora: Previdência sobre mau tempo

Ueba! Sarney é um finado vivo! - josé simão

Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República!
Socorro! Todos para o abrigo!
"Ministro da Educação recebe propostas de Alexandre Frota para ensino". Mas o Frota não entende de educação, entende de penetração!
Rarará!
Primeira proposta do Frota: o Enem vai ser anual e vaginal!
Rarará!
E prova oral é boquete!
E vão autorizar passar filme pornô nas escolas?
Rarará!
Oba! Vazou mais um áudio: o Sarney. E como esse Machado conseguiu gravar o Sarney? Voz do além!
E o Sarney tá mais vivo que a gente pensa. O Sarney é um finado vivo.
Morimbundo de fogo!
E esse Machado grampeando o PMDB todo: Jucá, Renan e Sarney.
Isso não é um Machado, é uma serra elétrica!
E o Renan quer barrar a delação premiada.
Ele quer negação premiada. E como diz a tuiteira Simone Camargo: o Renan devia barrar tinta de cabelo acaju!
Rarará!
Todos contra a Lava Jato. Muda para Lavarabo, todos com o cu na mão! Rarará!
Diz que o cara tem mais gravações. PMDB: Partido com Medo das Bombas! Vai sair a discografia completa do PMDBOMBA! PMDBÚM!
Explodiu!
Rarará!
E essa: "Zé Dirceu é citado em nova fase da Lava Jato".
De novo?
O Zé Dirceu vai ter que viver umas quatro vidas pra pagar as penas.
E, quando voltar da quarta vida, vai direto pra cadeia.
Rarará!
Eu proponho penas mais duras: virar torcedor do Palmeiras, aceitar visita íntima da Jandira Feghali e ficar mais 20 anos no PT!
Rarará!
O Dirceu está preso ao destino de preso: preso na ditadura, preso no mensalão e preso no petrolão.
Vai pedir música no "Fantástico".
O Dirceu é uma mistura de Stálin com Mazzaropi!
E, pelos áudios vazados, a gente vê que o impeachment foi apenas uma troca de corruptos!
Não tem virgem na zona!
Rarará!
Nóis sofre, mas nóis goza!
Hoje, só amanhã!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno! 

MANCHETES DOS JORNAIS

Maranhão
O Estado do MA: Adeus, Papete
Regional
Jornal do Commercio: Áudio complica situação de Renan
O Povo: Indústria cearenses funcionam com a metade da capacidade
Nacional
Correio: Incerteza na Previdência provoca corrida ao INSS
Folha: Crise deixa quase 3 milhões sem ter seguro-desemprego
O Estadão: Áudios mostram Renan e Sarney contra a Lava Jato
O Globo:  Cargos de confiança consomem 35% da folha
Zero Hora: Novas gravações reforçam tentativa de inibir Lava-Jato

quarta-feira, 25 de maio de 2016

MANCHETES DOS JORNAIS

Maranhão
O Estado do MA: Rede municipal - Professores parados
Regional
Jornal do Commercio: Arrocho do governo não pevê alta de impostos
O Povo: Limite de gastos incluirá saúde e educação
Nacional
Correio: Governo propõe teto para todos os gastos
Folha: Temer propõe que despesas não subam além da inflação
O Estadão: Temer trava gasto; mercado elogia, mas vê risco político
O Globo: Teto de Temer para gastos inclui saúde e educação
Zero Hora: Teto para despesa pública incluirá saúde e educação

terça-feira, 24 de maio de 2016

Documentário expõe desavença de Sarney com Haroldo Tavares

   


    Sarney é ingrato com seus colaboradores. Essa é a mensagem do documentário "Haroldo - o que usou sonhar", dirigido por Luiz Fernando Baima e João Ubaldo de Morais com produção de Joaquim Hackel. O filme foi bancado pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura, com patrocínio exclusivo do Mateus, e teve uma versão apresentada a um público contado nos dedos em sessão na noite de segunda-feira, 23, no Auditório Josué Montello, do UniCeuma (*). 
    O reitor da universidade dos Fecury informou que ficou impressionado com a repercussão do convite  ao seleto público. Presentes a família do cinebiografado, imortais da Academia Maranhense de Letras, amigos do imortal Joaquim Haickel como Celso Veras, Helena Barros Heluy e outros tantos do nosso belo quadro social. Quase todos admiradores de Haroldo, e, de Sarney.
    Haroldo Tavares, formado engenheiro em Minas Gerais, foi secretário de Viação e Obras Públicas no governo José Sarney (1966 - 1971). É dele a autoria dos projetos da: Ponte de São francisco, da Barragem do Bacanga e da Lagoa da Jansen, a criação da TV Educativa, o asfaltamento da BR-135 e todas as obras que Sarney costuma afirmar que fez.
    Para realizar as obras, Haroldo Tavares buscou recursos por contaal  própria junto ao Basa e instituições financeiras e ao secretariado à revelia do chefe do Executivo. Ao menos essa é a informação que o sobrinho Jaime Santana repassada.
    Jaime Santana, Benendito Buzar, Bento Moreira Lima, Américo Azevedo Neto, José Reinaldo Tavares, Benendito Pires I e Adolfo dão depoimentos generosos sobre o cinebiografado. O documentário, em versão ainda não definitiva, tem quase duas horas de duração. Um doc longa. Ilustrado por imagens da época, algumas narradas pela tronitroante voz do Canal 100 (aquele do ..que bonito é....), que personificava o jornalismo de cinema no tempo da ditadura.
    Sarney rompeu com Haroldo ou vice-versa e jamais superaram tal desavença. Tavares morreu em 2013, rompido com o ex-chefe. No final da década de 90, porém, durante o governo Roseana Sarney Haroldo Tavares no comando da Ital, fábrica de barcos de fibra, vendeu ao governo do estado um grande lote de barcos para doar às colônias de pescadores, financiados pelo BEM. Ficaram à deriva, os barcos e o projeto de fortalecimento da pesca no Maranhão.
    Apenas Bento Moreira Lima pincela a história dos barcos. Por testemunha desta aventura, ainda restam dois exemplares cingrando as águas da baía de São Marcos, diariamente na travessia entre São Luís e Alcântara. Apenas Bento Moreira Lima, também engenheiro e amigo do Sarney, pincela a história dos barcos.
    A equipe do Mavam (Museu do Áudio Visual do Maranhão) captou a última entrevista do engenheiro Haroldo Tavares.  Como prefeito, ele liberou as amarras do bumba-meu-boi, proscrito pela elite maranhense historicamente refratária a pobres e pretos, o perfil predominante da expressão maior do folclore tupiniquim. Por entusiamo dele, conta América, o boi ganhou seu primeiro registro fonográfico. (Pena que não seja mostrado o disco ou colocado um begê, um filete musical qualquer já bastava)).
    Nessa história toda, a grandeza do engenheiro está em um pequeno depoimento. Na construção do Anel Viário, ele contornou uma árvore poupando-a em detrimento a uma mansão de um bacana da época. Indagou aos empreeteiros: Quanto tempo demora para se construir uma casa deste tamanho e para termos uma árvore frondosa como esta. Venceu sua opção. Coisa que não assistimos mais na era do politicamente correto.

Capa e contra-capa do 1º LP de bumba-meu-boi


(*) O auditório do UniCeuma é exemplo concreto da formação capenga da nossa engenharia. OU então da mão de vaca dos nossos empresários. Uma pequena chuva que coincida com o evento, só apelando para o berro ou  aos decibéis das paredes de reggae para se tornar audível. Vai ver é telhado de zinco.


MANCHETES DOS JORNAIS

Maranhão
O Estado do MA: Ônibus: prejuízo chega a R$ 1 mi
Regional
Jornal do Commercio: Áudio derruba homem de confiança de Temer
O Povo: Cearense é pivô do primeiro escândalo do governo Temer
Nacional
Correio: Trama contrra Lava-Jato derruba Jucá do governo
Folha: Áudio derruba Jucá do ministério no 12º dia da gestão Michel Temer
O Estadão: Gravação sobre Lava Jato orbiga Jucá a deixar ministério
O Globo: Grampo derruba Jucá, desafia Temer e alarma cúpula do PMDB
Zero Hora: Gravado, empossado, afastado

segunda-feira, 23 de maio de 2016

MANCHETES DOS JORNAIS

Maranhão
O Estado do MA: Mais um ônibus em chamas
Regional
Jornal do Commercio: Cerco à casa de Temer
O Povo: Rebeliões voltam a ocorrer e presos são carbonizados
Nacional
Correio: Preço da gasolina cai 10% após intervenção
Folha: Em gravação, Jucá sugere pacto para deter Lava Jato
O Estadão: Governo oferecerá 100 concessões de infrestrutura
O Globo: Governo vai lançar pacote para reduzir despesas
Zero Hora: Alternativa para reduzir rombo deve passar por mais impostos

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Manchetes dos Jornais

Maranhão
O Estado do MA: Medo voltas às ruas
O Imparcial: Pressão do Nordeste-Governadores fazem carta-proposta ao governo Temer
Regional
Jornal do Commercio: Juventude desempregada
O Povo: 24 empresas estão interessadas no aeroporto de Fortaleza
Nacional
Correio: Meireles:"Todos terão de dar a sua cota de sacrifício"
Folha: Pedro Parente, ex-ministro da FHC, chefiará Petrobras
O Estadão: Temer suspende novas contratações do Minha Casa
O Globo:  Parente: Petrobras não terá mais indicações políticas
Zero Hora: Parente assume Petrobras com a missão de resgatar estatal