domingo, 14 de abril de 2019

O Globo defende em editorial acordo sobre base de Alcântara

A assinatura de um acordo com os Estados Unidos para o uso da base de lançamento de foguetes de Alcântara, no Maranhão, é um aspecto positivo da visita do presidente Bolsonaro a Washington. O debate político-ideológico em torno de Alcântara carrega traços nacionalistas de discussões de outrora. Como na campanha do “petróleo é nosso”, na década de 50, cujo resultado foi a criação de um monopólio estatal, entregue à Petrobras, o que retardou o avanço da exploração no mar, onde estavam e estão as maiores reservas do país. Que começaram a ser exploradas a partir da permissão da entrada de empresas estrangeiras na atividade. O petróleo era“nosso ”, mas continuava embaixo da terra. 
Alcântara também simboliza a aspiração pela independência, no caso, em um programa de desenvolvimento de foguetes para o lançamento de satélites próprios. Devido a razões evidentes, este é um tipo de projeto que es barrana resistência compreensível de países, os Estados Unidos à frente, porque pode ser convertido num programa militar. O desenvolvimento de tecnologia nuclear enfrentou os mesmos obstáculos, por motivos idênticos. Sendo que chegou a haver um objetivo militar neste projeto. Mas, se o objetivo é dominar tecnologia de foguete e satélites paraus o pacífico, porque não estabelecer acordos como o feito com os americanos? Já existe um lastro de conhecimento conseguido inclusive coma perda devidas — na trágica explosão ocorrida em Alcântara, em agosto de 2003, em que morreram 21 pessoas, entre engenheiros, cientistas e técnicos que trabalhavam em torno de um Veículo Lançador de Satélite (VLS), protótipo do foguete nacional, que explodiu.
O programa foi suspenso. Na Era Lulopetista, bem no estilo da esquerda, tentou-se um acordo coma Ucrânia, também frustrado. Com Bolsonaro, fecha-se um acordo com os Estados Unidos, dono de tecnologias de ponta no seto reque controlam com atenção o uso de seus conhecimentos por outros países. O lastro de conhecimento brasileiro precisa do acordo com os EUA para se expandir.
Exageros como os de negociações passadas —por exemplo, os brasileiros estariam proibidos de entrar em áreas sob controle americano em Alcântara — foram superados. Assim, americanos podem usufruir, associados aos brasileiros, agrande vantagem da localização da base, muito próxima do Equador, o que reduz em 30% o consumo de combustível no lançamento de foguetes. Alcântara poderá ser um negócio rentável de lançamento de satélites privados. Ensina a experiência—ou deveria ensinar—que se abrir ao mundo é amaneiram ais fácil de absorver conhecimentos.