sábado, 31 de outubro de 2015

GULLAR: “O IMPEACHMENT NÃO TEM CABIMENTO”

Por Alex Solnik
Há quem ache que o nosso maior poeta vivo virou à direita porque tem sido um crítico dos governos do PT. Nessa entrevista exclusiva a 247, Ferreira Gullar mostra que não. Poucos brasileiros acompanharam os acontecimentos políticos centrais de tão perto, de forma tão crua, tão visceral e tão lírica quanto ele que nasceu no mesmo ano do Estado Novo. E cresceu acompanhando a ascensão e a decadência de Getúlio Vargas. Hoje, apesar de fazer críticas pontuais a Lula, a Dilma e ao PT, Gullar é contra o impeachment, acha inócuo pedir renúncia à presidente e acredita que o cenário menos ruim para o país é ela levar o mandato até 2018, como diz a Constituição. Confira abaixo:
Você nasceu junto com o Estado Novo. Ou seja, você tinha 15 anos quando Getúlio caiu pela primeira vez, em 1945.
Quando Getúlio foi derrubado...
O que você lembra dessa época?
Eu me lembro, da derrubada do Getúlio eu me lembro porque eu ouvia o pessoal falar...lá em casa... no rádio... mas não era uma coisa de minha preocupação maior... eu sabia porque todo mundo sabia, quer dizer...foi um acontecimento de caráter nacional, todo mundo estava participando daquilo. Getúlio era uma figura importante... durante tanto tempo ficou dirigindo o país...
Qual foi o impacto da queda dele no Maranhão?
Isso eu não me lembro... eu tinha 15 anos...
Impacto em você, na sua cidade. O que você fazia? Estudava, né?
Eu não participava diretamente disso, quer dizer... então...eu soube o que aconteceu e ouvia os adultos falando sobre esse assunto, eu só me lembro disso: que o Getúlio, que era uma figura admirada por todo mundo na área mais popular e de repente foi deposto.
Já em 1950 você tinha 20 anos...
Em 1950 eu tinha 20 anos de idade e participava das coisas, era diferente...
Já estava mais envolvido em política?
Já estava... inclusive porque houve o... mas, enfim, o que aconteceu em 50?, não estou entendendo.
O Getúlio se candidatou a presidente e foi eleito.
Voltou ao governo. Foi eleito presidente da República. Isso aí eu me lembro da campanha eleitoral. Nessa altura eu era locutor da Rádio Timbira do Maranhão. E houve um incidente durante a campanha de Getúlio. O Adhemar de Barros foi a São Luís, ele apoiava o Getúlio, foi a São Luís fazer comício e tal e o governo do Maranhão, que era contra Getúlio proibiu que ele fizesse o comício na Praça João Lisboa, que era o lugar onde todo mundo fazia comício, era a praça central da cidade. Ele foi fazer o comício numa praça mais distante do centro, até mais perto da minha casa. Eu vi lá. Quando foi assim por volta das sete e meia, oito horas eu fui para a rádio e meu pai queria ir ao cinema lá no centro, foi comigo, numa Kombi, pegamos a Kombi e quando chegamos na Praça João Lisboa tinha acontecido um incidente. Na hora que o Adhemar de Barros saiu do seu comício, voltou para o hotel, o Hotel Central, que ficava próximo à Praça João Lisboa o pessoal getulista que apoiou o comício foi junto com ele e quando deixou ele no hotel resolveu voltar atravessando a Praça João Lisboa, que tinha sido fechada pela polícia. Era um desafio ao que o governo tinha determinado. Na hora em que eu fui chegando na Praça João Lisboa esse pessoal ia chegando também. Invadindo a praça. Então, a polícia, que estava escondida numa esquina da praça saiu da esquina e começou a atirar nos manifestantes. E com isso matou um cara. Na hora que eu acabei de descer da Kombi aconteceu isso. E eu vi o pessoal pegando o corpo do cara, levantando o corpo e afrontando a polícia com o cara ferido lá que terminou morrendo. Bom. No dia seguinte eu estava na rádio, que era uma rádio do governo estadual, a Rádio Timbira do Maranhão, veio uma nota do governador dizendo que o que tinha acontecido na noite anterior na Praça João Lisboa tinha sido o seguinte: baderneiros tinham desafiado a polícia e terminaram eles próprios matando um operário. Comunistas tinham matado o operário. Eles brigaram entre si. (Ri.) Quando eu vi essa nota eu botei a nota de lado e não li. Fiquei lá anunciando as músicas que iam tocar, fazendo a publicidade que tinha que fazer e não lia a nota. O diretor da rádio veio e pelo vidro do estúdio fez sinal para eu ler a nota. Eu fiz que não ouvi, não li a nota. Aí ele mandou me chamar. E falou: “me diz uma coisa, por que você não lê a nota do governador”? “Porque é mentira”! “Você não tem nada a ver com isso”! “Tenho! Eu tenho mais do que você pensa. Eu não vou ler essa nota, se você quiser você lê”! Aí ele me demitiu. Então, eu perdi o emprego por causa disso. E aí a oposição resolveu fazer da minha demissão um pretexto para uma campanha contra o governo. No dia seguinte tinha uma manchete no jornal da oposição: “o governo persegue a juventude”, não sei que... Bom, aí eu sei que com isso eu terminei envolvido na política e fui fazer o resto da campanha no interior do estado convidado por um candidato lá a senador. E me meti em outras confusões e tal...
Você entrou no Partido Comunista nessa época?
Não, não tinha nada a ver com comunismo.
Você só participou da campanha, mas sem entrar em partido?
Como eu era jornalista e tinha ganho essa publicidade em torno de mim o cara me chamou para eu ajudar na campanha dele, mas eu não tinha nada a ver. Terminei rompendo com ele quando eu vi que as coisas que ele prometia na campanha quando ele assumiu ele não fez nada daquilo, aí eu rompi com ele. E em seguida, no ano seguinte eu vim embora para o Rio.
Quando você chegou ao Rio qual era o clima político?
Era normal, não tinha nada demais. O Getúlio tinha ganho a eleição, foi empossado, não tinha problema nenhum, não.
E quando ele se suicidou o que aconteceu?
Quando houve o suicídio de Getúlio eu estava no Rio...
Aí você já estava no PC?
Não. Eu entrei no PC no dia do golpe, em 64.
Mas em 54 o que você viu nas ruas do Rio?
Houve um grande tumulto, porque Getúlio se matou, de uma forma inesperada. E teve uma consequência muito grande na opinião pública porque até ali, era a campanha do Lacerda, denúncias de que Getúlio estava fazendo e acontecendo, e o Gregório Fortunato, que o Getúlio mandava o Gregório Fortunato espancar pessoas, mandou o Gregório Fortunato tentar matar Carlos Lacerda, com isso terminaram depondo Getúlio e ele quando viu que estava deposto saiu da reunião para o quarto dele no Palácio do Catete e se matou. Em seguida todo mundo ficou perplexo e o próprio pessoal que era contra Getúlio se voltou contra o Lacerda e contra os golpistas e aí foi manifestação de rua no país inteiro. No Rio teve um comício gigantesco... protestos...de modo que foi isso o que aconteceu.
E você trabalhava em jornal nessa época?
Eu era revisor de texto da revista O Cruzeiro. E no ano seguinte, 55 eu passei a trabalhar na revista Manchete que era dirigida, então, por Otto Lara Resende. Meu amigo. Tinha lá outras pessoas conhecidas, Jânio de Freitas, Amílcar de Castro, Otavio Brandão, Armando Nogueira, então era uma boa equipe que trabalhava na Manchete nesse período.
Você de alguma forma vê um paralelo, alguma relação entre Getúlio e Lula?
Não, não tem nada que ver.
Foram os dois populistas da nossa história.
É a única coisa que têm em comum, mas são diferentes. O Getúlio vem de uma família aristocrática do Rio grande do Sul, de fazendeiros, donos de terra... o Lula é um operário metalúrgico... não tem nada que ver... Num caso, era a classe dominante formando um governante que se tornou ditador e no outro é um operário que se transforma em presidente da República. A afinidade que há entre os dois é o populismo, isso aí é uma afinidade entre os dois. Mas é outra época e o caráter diferente.
Outra afinidade entre os dois é o longo tempo de poder...
O Lula foi eleito... o Getúlio, em 37 deu um golpe...e se tornou ditador até ser deposto... depois é que foi eleito...O Lula é o que eu chamo de populismo de esquerda. O comunismo já tinha acabado e eles não podiam continuar bancando ou se fingindo de revolucionários, então viraram populistas, como Chaves, como Evo Morales, como Cristina Kirchner. Todo mundo virou revolucionário de araque.    
Como o Lula será visto pela história?
Ele vai ser citado como um operário que despertou o entusiasmo de setores populares e de intelectuais de esquerda que achavam que ele ia fazer a revolução no Brasil e que depois foi uma decepção porque ele evidentemente se envolveu com corrupção, e ao assumir o governo tomou medidas visando não sair mais do poder. Todas as medidas que ele tomou visavam a isso, inclusive ele tentou ser reeleito para um terceiro mandato, não conseguiu e elegeu a Dilma, que nunca foi nem vereadora.
Você também acreditou no Lula no começo?
Quando Lula surgiu eu era membro do Partido e o Partido ficou contra ele. E eu achava que o Partido deveria apoiá-lo ou pelo menos não se opor a ele, porque ele era um líder operário que poderia dar forças à luta popular no país. Então, eu estava equivocado, como Mário Pedrosa estava equivocado, Antônio Cândido estava equivocado, Sérgio Buarque de Hollanda estava equivocado, todos os intelectuais de esquerda se enganaram com Lula, achavam que ele era um líder que ia mudar o Brasil. E na verdade não foi nada disso que aconteceu. O Lula vai ficar na história do Brasil como ele era, quer dizer, porque o que vai acontecer é que os pesquisadores vão testemunhar, vão descobrir que ele, de forma a provar... acreditar que ele não tinha nada a ver com o mensalão é uma piada, ninguém pode acreditar nisso, todos os principais auxiliares o Zé Dirceu, o Delúbio, o Genoíno, todos fazendo a falcatrua do mensalão, comprando deputados com dinheiro público e ele não sabia de nada! Ninguém pode acreditar porque aquilo era feito para ajudar o governo dele a ter a maioria no Congresso. E ele não sabia? Sabia de tudo! Foi ele quem inventou isso. Ou,  pelo menos apoiou até o fim porque era em benefício do governo dele. E depois veio o petrolão, onde ele sem dúvida está envolvido, achar que ele não sabia de nada de todas aquelas propinas da Petrobrás e que o PT não tinha nada a ver com aquilo, imagina, estava todo mundo do PT envolvido e agora com as delações premiadas está mostrando que até a nora dele recebeu dinheiro de propina, eu nunca duvidei de que o Lula está envolvido nisso. Eu não tenho dúvida. O Lula assumiu o poder e tratou de tomar providências para não sair mais. Como é característico desse tipo de populismo. O Evo Morales não acabou de fazer aprovar um decreto que ele... ? Já não podia ser reeleito, mas pode ser reeleito porque o país mudou de nome e então o país é outro porque mudou de nome, ele mudou o nome do país. Então não vale a reeleição anterior. E ele agora assegurou a reeleição dele até 2025! Uma eleição em 19 e outra em 25!  E ele disse: “não pensem que eu quero me perpetuar no poder”... Realmente é uma piada. E assim é o Maduro, o Chaves foi a mesma coisa, mudou as leis para ele poder ser reeleito infinitamente. É essa a situação. De modo que a história vai mostrar quem ele é. Assim como aconteceu com outras figuras do país. Chega uma hora em que os historiadores pesam as coisas, vêm o que foi positivo e o que foi negativo.          
Essas figuras que você citou têm alguma consistência ideológica?
Isso tudo é oportunismo, é o populismo de esquerda, quer dizer, que finge ser de esquerda porque, evidentemente, o comunismo já acabou no mundo inteiro, nem a União Soviética é mais comunista, é tudo capitalista então não tem sentido resolver instalar regime comunista na América Latina! Então eles se valem disso, defendem uma ideologia a favor dos pobres, em vez de ser a luta da classe operária contra a burguesia, é a luta dos pobres contra a elite branca, contra os ricos. E é tudo mentira porque o que o Lula deu de dinheiro para as grandes empresas, está se vendo aí a Odebrechet e outras... quer dizer, é tudo mentira, é uma enganação do povo pobre que acha que é o Papai Grande que veio para ajudar e na verdade ele está usando isso para se manter no poder. E enriquecer.
O que é esquerda hoje no Brasil? Quem é de esquerda?
Não existe mais esquerda e direita, não existe mais isso! Hoje existem posições determinadas que defendem certas coisas, mas esquerda... eu, pessoalmente, não... não acredito mais nisso. Eu acho que existem pessoas que têm uma visão mais progressista, que continuam a favor de que a sociedade seja mudada no sentido de reduzir a injustiça e a desigualdade, mas não é ninguém a favor da ditadura do proletariado, isso não existe mais, porque deu num desastre porque, na verdade, o proletariado nunca esteve no poder em país algum. Qual foi o operário que dirigiu a União Soviética? Nunca houve. Qual foi o operário que dirigiu Cuba? E a China? Nunca houve. Então, é tudo uma mentira, uma coisa que se desfez exatamente por isso, porque era uma mentira. Agora, o capitalismo é um regime de exploração. Não tem dúvida. E o que tem que fazer é lutar no sentido de que reduza as desigualdades na sociedade como em alguns países capitalistas, como a Noruega, a Suécia procuraram fazer. A desigualdade foi bastante reduzida. Não ao ponto que deveria ser, mas já tomaram medidas que reduzem a desigualdade. E no nosso país, não. É uma demagogia. O que foi feito aí de bolsa família é tudo demagogia, é uma coisa errada e o que faz é o cara não querer mais trabalhar.
Quem são os políticos que têm essa visão mais progressista no Brasil?
Quem tem essa visão parecida com a minha é o PPS que era o antigo Partido Comunista e aprendeu a lição de que não é por aí, não tomou o caminho do populismo, defende uma posição parecida com essa que eu falei, mas é um partido pequeno que não tem condição de pôr isso em prática.
E o PSDB, o que você acha da atuação do PSDB?
O PSDB está numa situação complicada porque o Lula se apropriou dos programas do PSDB. Ele se opôs aos projetos sociais do PSDB, se opôs ao Plano Real que ele dizia que ia acabar dentro de dois meses, que era tudo mentira, se opôs a tudo e depois que chegou ao poder fez tudo igual ao Fernando Henrique. Demagogicamente, inclusive, porque enquanto naquela época o programa atendia a 10 milhões de pessoas ele botou o nome de bolsa família e passou a atender 40 milhões de pessoas. O que significa que não há controle daquilo e uma quantidade dessas pessoas parou de trabalhar, elas querem viver de bolsa família e outros que estão trabalhando não querem que o patrão assine a carteira para eles não perderem o bolsa família, então é uma esculhambação total, então é o que o Lula é. É a mentira.
O Aécio tem força para comandar a oposição?
Eu acho que o Aécio é um político honesto e bem- intencionado. O que falta a ele é uma liderança mais presente, mais consequente, mas eu votei nele e não tenho dúvida nenhuma que seria muito melhor ele ser o presidente do que a Dilma, que levou o país ao desastre que estamos vendo aí, é uma coisa desastrada, pensando, evidentemente, nos seus interesses pessoais e partidários, quer dizer, uma grande mentira que eles armaram e que agora está caindo aos pedaços, agora está desmascarado e o PT vai acabar! O PT vai acabar! É uma questão de tempo. Vai se transformar num PSOL aí. Porque não tem condição. O Lula nas pesquisas já está lá embaixo, na última pesquisa o Aécio tem 30 e poucos por cento e ele tem dez! Quase igual à Dilma. Eu acho que acabou isso. Infelizmente, porque isso foi uma grande mentira e um grande desastre e o resultado está se vendo aí. País em crise, economia desagregada porque todo o dinheiro foi investido em demagogia, nas pedaladas que a Dilma fez. Então, o país está numa crise e o governo não consegue aprovar as medidas que poderiam consertar a situação porque essas medidas contrariam os interesses do PT e dos partidinhos que se aliaram ao governo. Então eles não querem tomar medidas impopulares. Então, ela não consegue aprovar as medidas que Joaquim Levy propôs. Está um impasse.
E o Eduardo Cunha nisso?
Esse é um vigarista! Só no Brasil um sujeito continua presidindo a Câmara depois de todas essas denúncias e dessas comprovações...
E ninguém consegue tirar o cara!
Sim, porque ele tem prestígio com outros deputados  que receberam dinheiro dele em função dessas falcatruas que ele fez. De um lado tem gente que o apoia porque ele se colocou contra a Dilma e por outro lado tem aqueles que dependem dele e que não se atrevem a ficar contra ele, mas a situação dele é difícil e ele não vai sair dessa, não. É uma questão de tempo.
Eu acho que também tem os que esperam ajuda dele nas eleições de 2016 e se for cassado ele não pode ajudar.
Claro. Interesse político de tudo quanto é tipo tem aí misturado nisso aí. Por isso é que não se toma medidas drásticas contra ele.
Ele só sai se o Supremo mandar e o Supremo demora muito para tomar qualquer decisão.
Ele se vale de tudo isso para se manter, mas ele está condenado, não tem saída.      
E você acha que a Dilma se mantém até 2018?
Olha, eu não sou a favor de impeachment, não. Eu não sou a favor. Eu não sei se ela se aguenta ou não se aguenta, agora eu acho que é um erro tentar fazer o impeachment, porque isso aí só vai dar força ao PT.  Com o impeachment dela o PT vai assumir a posição de vítima e vai atribuir a quem assumir o governo o desastre econômico que está acontecendo, porque o PT mente sem nenhum escrúpulo. Assim como os condenados do mensalão saíram fazendo gestos de herói e a direção do PT e o Lula disseram que aquilo era uma farsa, eles não fizeram nada, não roubaram nada, quer dizer, eles dizem qualquer coisa e eles então no caso da Dilma sair vão aparecer como vítimas e vão botar a CUT na rua, trabalhadores na rua, funcionário público e afirmar que o governo que estiver à frente do país é o responsável pelo desastre econômico. É isso que vai acontecer. Quem pariu Mateus que o embale! Ela tem que ficar e pagar pela cagada que ela fez até o fim.
Fora que o processo de impeachment leva uns seis meses e nesse período o país ficaria completamente parado, mais do que já está.
O resultado vai ser esse, não tem dúvida. Não se sabe nem o que vai acontecer. Agora, coisa boa não vai ser! Eles têm que ser os responsáveis pelo que eles fizeram até o fim.
Quer dizer, o cenário menos pior é chegar a 2018, seja como for...
Claro, claro, vai chegar aos frangalhos e o Lula não tem condição de ganhar a eleição. E aí, pronto: acaba o PT!
E qual é a força política que vai substituir o PT?
Aí eu não sei.
É o Aécio mesmo?
Até aqui é o Aécio. Porque vai ser o que? Não tem outro.
E o que você está achando do Fernando Henrique?
Ele está numa posição correta, é isso mesmo. Ele só está errado quando fica a favor do impeachment. Eu acho que aí ele está errado...
Eu acho que ele até já reviu essa posição... ele está falando em renúncia agora.
Ele está percebendo que isso não tem cabimento, isso aí é uma bobagem, é um radicalismo que vai favorecer o PT. Não tem cabimento, é besteira.
Como a renúncia também. Ninguém pode obrigar ninguém a renunciar.
É... claro...
Pedir que outro renuncie é um absurdo, o cara só renuncia quando quer.
Claro, claro. Renunciar ela não renuncia de jeito nenhum, ela ama o poder. E na hora que sair da presidência da República ela desaparece porque ela não é ninguém. Na hora que ela sair do governo ela desaparece.
Depois que ela saiu da prisão, depois da luta armada, nunca mais foi vista em nenhum movimento pela volta da democracia.
Ela nunca se candidatou a nada porque ela sabe que não é a dela. Ela é antipática, autoritária, ela não tem condição, ela não tem temperamento para exercer a política, ela está aí porque o Lula inventou isso. Não havia possibilidade na vida dela de virar presidente do Brasil, isso é uma maluquice!
Parece que ela foi a escolhida porque os outros todos estavam queimados, não?
Evidente que ele escolheu porque não tinha alternativa. O ideal dele era ele se reeleger. Agora, todos os outros membros do partido estavam presos, condenados... ele ia fazer o que? Ele inventou a Dilma.
Zé Dirceu eu acho que não sai mais da cadeia.
Claro. E se sair já acabou. Politicamente acabou. Não tem futuro. Acabou.