segunda-feira, 30 de março de 2015

Ester Marques compra briga pelo parque folclórico da Vila Palmeira

    A secretária de Cultura, Ester Marques, agora é alvejada pelo fogo amigo. Até então aliados da secretária, a turma do programa Canta Maranhão (Helena Leite, Juarez Souza e Joel Jacinto) reagiu com indignação diante do anúncio da reforma do Parque Folclórico da Vila Palmeira, feudo do vereador Astro de Ogum. Fechado para reforma, eles temem que tudo mude, conforme o espírito do governo Flávio Dino. Ignoram o sentido de patrimonialismo que a gestão do parque exemplifica.
    O programa é levado ao ar de segunda a sábado na Difusora AM, do sistema de comunicação do senador suplente  Edinho Lobão, adversário de Flávio Dino nas eleições de outubro do ano passado. Como estratégia administrativa, a secretária manteve a radialista Helena Leite na equipe de comissionados da Secma. Afastada por motivos de saúde, Leite é amiga do peito de Roseana Sarney e nunca comungou desse negócio de oposição à oligarquia. O trio tem sintonia fina com o presidente da Câmara de São Luís.
    Os comunicadores acreditam que a reforma será um pretexto para que o Estado retome o espaço entregue desde o século passado a Astro de Ogum. Estér Marques diz que não existe documento que comprove a cessão do patrimônio público à Federação dos Umbandistas do Estado do Maranhão, entidade que gerencia o parque.
    Há comentário de que a origem de tudo seria uma Associação dos Bois de Matraca da Ilha, ideia patenteada pelo radialista Tony Duarte. Depois de escapar com vida de atentado, Duarte foi para Brasília. Lá se abrigou no programa de proteção à testemunha e no gabinete do senador Edison Lobão.
    Após curto período sob direção do Coronel Bebeto, as rédeas do Parque Folclórico da Vila Palmeira passaram para as mãos de Astro de Ogum, por meio da Federação. Num simulacro de alternância, o edil tem colocado prepostos na direção da entidade. Entre os presidentes guiados por Astro está Paulo de Aruanda, atual superintendente de eventos da Secretaria de Estado da Cultura. Um documento da extinta Maratur comprovaria a cessão. Entre os ocupantes, foi iniciada a arqueologia.

    A gestão pública do parque constava na proposta do candidato a deputado estadual e ex-secretário de Cultura no governo Jackson Lago, Joãozinho Ribeiro, pelo PCdoB. A carta de propostas foi construída por Ribeiro após profícuo debate com a classe artística.