sexta-feira, 20 de março de 2015

Américo Azevedo imprime ritmo trôpego no Teatro Arthur Azevedo

   
Exemplo republicano - Exposição do chefe do Odylo Cost, filho no Odylo Costa, filho
    O diretor do teatro Arthur Azevedo, Américo Azevedo Neto, foi indicado pelo empresário Roberto Albuquerque, dono da TV Guará e concessionário Dalcar (Chevrolet) entre outros empreendimentos. A classe artística sabe disso. Antes mesmo do decreto de nomeação ser divulgado, a escolha do governador Flávio Dino era notória. Até mesmo antes da confirmação do nome da professora da UFMA e no passado recente consultora da Secma no governo Roseana, Ester Maques, na equipe de governo Dino, o nome do imortal da estirpe dos Azevedo era tido como certo e inquestionável.
    Américo Azevedo Neto faz parte do quadro de profissionais da televisão que no governo Flávio Dino tem protagonismo (termo mais que na moda) na comunicação estadual. No preenchimento do quadro funcional comissionado, o neto dos Azevedo convocou colegas da emissora. Repetiu a abominável e caquética prática da oligarquia derrotada e desavergonhada.
    Historicamente ligado ao grupo político do ex-senador Cafeteira, Américo Azevedo Neto nunca esteve na trincheira anti-sarneysta. Confrades da Academia Maranhense de Letras, Américo e Sarney têm relações cordiais, como convém às elites intelectuais. Além de escritor, seu reconhecimento intelectual advém das incursões do grupo Cazumbá. De característica parafolclórica, o grupo precedeu o Boi Barrica na carteira de exportações da cultura maranhense. 
    O escritor e folclorista iniciou a semana situado no olho do furacão de mais um crise engendrada pela própria incapacidade de diálogo, acusação desviada para a secretária de Cultura, Ester Marques, com seu público imediato. 
    Segundo relatos de línguas ferinas, a intolerância do imortal com os representantes da classe teatral quase chega a vias de fato. Até mesmo um segurança com arma em riste foi chamado para por no olho da rua os artistas apreensivos com a realização da X Semana Maranhense de Teatro.
    Américo e Ester não estão alinhados no espírito republicano, termos recorrentes do jargão governista. O primeiro divulgou dois editais, corroborando sua intenção de independência da segunda. Assim como o ex-diretor Fernando Bicudo, criticado à exaustão pelo descendente de Arthur Azevedo, o atual diretor do TAA luta para conseguir autonomia do órgão da Cultura. 
    Bicudo conseguiu desligar o teatro do organograma da Secma e fixá-lo no orçamento da Secretaria de Estado da Educação, pasta com 25% da receita estadual garantido constitucionalmente. É uma fábula impensável para a área da cultura. Américo quer levar o TAA para a Secretaria de Estado de Planejamento.
    Sobre o entrevero entre Américo e a classe teatral, mais uma vez prevaleceu a subserviência oficial, sem qualquer eco com a realidade dos fatos. Evidentemente, o diretor do TAA quer administrar diretamente os recursos da semana. Desprovido do tal espírito "republicano", mas obviamente legitimado por representantes eleitos em processo promíscuo, a façanha será efetivada.
    A promiscuidade na gestão pública é de difícil discernimento entre gestores da cultura. No governo Flávio Dino a prática confirma a tese. Por exemplo, o chefe do Centro de Criatividade Odylo Costa, Filho, o professor universitário, artista plástico e carnavalesco Alaim Moreira Lima, inaugurou o calendário do órgão com uma exposição sua: Divinos Toténs. Não falta peroba para conservá-los.
    O Moreira Lima, outro nobre descendente da Athenas, não enxerga nenhuma anomalia na gororoba com pitadas de interesses privados na gestão pública. 
    Os artistas preparam documento a ser encaminhado ao governador. Além das queixas contra Américo, no conteúdo será citada até mesmo uma suposta improbidade administrativa protagonizada por Américo quando secretário de Estado da Cultura. Essas questões da cultura, embora pequenas, contaminam intenções republicanas propaladas pelo governador. O que todos esperam é que não se torne crônica.