segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Museu de tudo: CARMEM MIRANDA - EM SUAS INESQUECÍVEIS CRIAÇÕES


    Maria do Carmo Miranda da Cunha, artisticamente conhecida como CARMEM MIRANDA Miranda, nasceu em Marco de Canavezes, Portugal, a 9 de fevereiro de 1909. era filha de José Maria Pinto da cunha e Maria Miranda Emília da Cunha. Veio para o Brasil com um ano de idade. Sua estréia no rádio, verificou-se no Rio de Janeiro, quando tinha apenas 19 anos de idade. Lançou-a, no mundo artístico nacional, o velho professor e exímio violonisrta Josué de Barros, que para ela compôs, especialmente, "Ioiô". Conheceu-a, Josué em 1928, por ocasião de uma festa de caridade realizada no Instituto Nacional de Música. Quem fez a aproximação foi o deputado Aníbal Duarte e desde então Carmem tornou-se íntima da família Barros. Antes de ser cantora, entretanto, foi "vendeuse" em uma casa comercial da rua do Olvidor, vendendo chapéus. Orientada por Josué, que lhe deu, também, o nome artístico de CARMEM MIRANDA, apareceu com o seu definitivo sucesso em disco RCA Victor, com  marchinha de Joubert de Carbalho "TA-HI", cujo título original era "P´ra você gostar de mim". Conta Joubert de Carvalho, que ao ensejo da gravação de "TA-HI", quando ensinava a música a Carmem, solicitou-lhe dar maior sentimento em determinado trecho, ao que retrucara a cantora textualmente: - "Não se incomode, que na hora "H" eu entro com a bossa...". Dentre as numerosas criações em discos, de autoria de Joubert de Carvalho, marchinhas na sua totalidade, destacam-se: "Amor, Amor" - "Que bom que estava" (música de opereta "Maringá", de Joubert Olegário de Mariano e Cláudio de Souza) - "Bom dia, meu amor" - "Quero vêr você chorar" (espetacular sucesso de Carmem em Portugal) - "Eu sou do barulho" - "Absolutamente" - "Quero ficar mais um pouquinho" - "Gostinho diferente" - "Neguinho" - e muitas outras. Aos microfones da Rádio Sociedade e da Rádio Educadora, sempre orientada por Josué de Barros, fez suas aparições no rádio carioca. E, como êle, após o grande êxito de "TA-HI" foi à Argentina. Essa convivência fraterna e profícua, durou cinco anos. Artista da mais completa expressão do têrmo, Carmem firmou-se, em pouco tempo, como a maior intérprete da nossa música popular. Foi no dia 4 de maio de 1939, que obteve a maior chance de sua vida artística, ao ser contratada pelo empresário norte-americano Lee Schubert, a quem entusiasmara vivamente, dançando na Urca.  Aliás, arriscou-se a perder êsse vantajoso contrato, na ocasião, por haver exigido que o "Bando da Lua" também fôsse incluido a fim de acompanhá-la.Mas ajudou-a sua habilidade excepcional, e o grupo de instrumentistas patrícios partiu com Carmem para os Estados Unidos. A estréia, naquêle país, teve lugar na revista intitulada "Sgtreets of Paris" (Ruas de Paris), no cabaré de Leee Schubert, onde Carmem tornou-se a sua "vedette" permanente. Não tardou em receber numerosas propostas para filmar em Hollywood. Seus principais filmes foram: "Serenata Tropical" (Down Argentine Way) - "Seu Eu Fôssee feliz"(If I am Lucky) - "Uma Noite no Rio" (That Night In Rio) - esta última película, contracenando com os famosos artistas da época Don Ameche e Alice Faye. Filmou ainda na América do Norte, "Aconteceu em Havana" (Weekend in Havana) - "Copacabana", com Groucho Marx - "O Príncipe Encantado", com o saudoso Wallace Berry - "Romance Carioca", com Ann Sothern e Barry Sullivan - e o seu mais recenbte trabalho em téla fôra "Morrendo de Medo"(Scared Stiff) com os cômicos Dean Martins e Jerry Lewis.
    No cinema brasileiro, o primeiro filme falado (com som gravado na película), "Alô, Alô, Brasil" teve o concursos de Carmem Miranda. Todavia, foi em "Banana da Terra", que logrou o seu mais notável sucesso artístico. No âmbito da nossa música popular, triunfou com músicas de autores consagrados, tais como Ari Barroso, Joubert de Carvalho, Sinval Silva, Ismael Silva, Assis Valente e muitos outros. Seria longo demais, e talvez mesmo exaustivo enumerar todos os passos e êxitos da "Pequena Notável". era casada com o produtor cinematográfico norte-americano David Sebastian. Roubou-a, inesperadamente, a morte implacável, no dia 5 de agosto de 1955, em Beverly Hills, Califórnia, nos Estados Unidos da América. Com o seu desaparecimento, perde o Brasul, sua maior cantora popular e a mais efetiva e sincera propagandista dos nossos ritmos populares. Lançando êste disco  long playing, a RCA Victor dá o seu adeus à Carmem, ao mesmo tempo que lhe presta, sinceramente, o mais assinalado tributo de admiração. na coletânea, abaixo, estão reunidos extraordinários sucesso da música popular brasileira, através de inimitáveis criações da grande cantora desaparecida. Assim, aqui desfilam, amenisando a saudade de milheres de fãs:
"TA-Hi" (Joubert de Carvalho) - "YÁYÀ-YÔYÔ" (Josué de Barros) - "MOLEQUE INDIGESTO (Lamartine Babo) - "AMOR AMOR!"(Joubert de Carvalho) - quatro marchinhas de grande sucesso, reunidas na face A.
Na face B, aparecem quatro sambas inesquecíveis, a sabor "ALÔ, ALÔ" (André Filho) - "CORAÇÃO" (Sinval Silva) - "AO VOLTAR DO SAMBA" (Silval Silva) - "BAMBOLÊ" - (André Filho).
BPL - 3005

* Texto da contracapa do LP