quarta-feira, 19 de junho de 2013

24º Prêmio da Música Brasileira - Tom Jobim no Teatro Arthur Azevedo

   
Murilo Rosa na abertura
    Três artistas do elenco do show do 24º Prêmio da Música Popular Brasileira na noite de terça-feira, 18, elogiaram a beleza do Teatro Arthur Azevedo: Adriana Calcanhoto, Zélia Duncan e João Bosco. 
Além do Arthur Azevedo, local de estreia da turnê, o show do prêmio será mostrado nos teatros da Paz (Belém - PA), Geo (São Paul), da UFES (Citória - ES), e Sesc Palladium ( Belo Horizonte - MG). Em quatro outros (Marabá, Parauapedas, no PA; Itabira, em Minas; e Rio) será em locais abertos.
Adriana Calcanhoto abriu a noite de homenagem a Tom
    Em São Luís  teve acesso ao show - com patrocínio da Vale pela Lei de Incentivo à Cultura  do Ministério da Cultura -, convidados da mineradora, confrades da empresa que deixa farelos em solo maranhense, 50 pessoas que se inscreveram no sorteio de duplas de convites, imprensa reconhecida como tal e aqueles do círculo de amigos dos diretores e chefes disso e daquilo. Fora deste grupo, até músicos de longa estrada da vida tiveram dificuldade de acesso. Nosly Júnior foi um deles. Entrou na fila de desistência. 
Zé Renato cantando "Inútil Paisagem"
    Do show participaram ainda Roberta Sá e Zé Renato, e a maranhense Alexandra Nicolas , escolhida a dedo entre as cantoras maranhenses leitoras de partitura. Enfim, a empada que faltava à festa da Vale. Não decepcionou. 
    Mas, no canto geral foi possível proporcionar ao público presente um mergulho na obra do maestro Antonio Carlos Jobim, uma das mais profundas do mundo. Como já dizia the voice Frank Sinatra, Tom é maior do mundo not bad at all desde o lendário show do Carnegie Hall. Uma exegese da música de Tom é pretensão de quem fica às claras fazendo fita, retirando do céu aquilo que é infinito, como diria Cazuza "pro dia nascer feliz". Afinal, a bossa nova é foda.
Roberta Sá em deslumbrante "Sabiá"
    Depois de duas horas de show, a música jobiniana dominou a atmosfera do teatro. "Desafinado", "Chega de Saudade", "Eu sei que vou te amar", "Sabiá", Samba do Avião", "Lígia", Tereza da Praia", "Se todos fossem iguais a você", "Eu não existo sem você", "Garota de Ipanema", Águas de Março" e tantas outras eternas composições do músico carioca emergiram na interpretação em bloco dos artistas convidados. Um telão na retaguarda do palco mostrava obras do artista plástico Athos Bulcão (graças adeus sem nenhum parentesco com nosso lorde da Madre Deus).
Alexandra Nicolas foi sorteada para cantar Tom Jobim
    A perfeição musical ficou a cargo dos seis músicos sob a batuta do violoncelista Jacques Morelenbaum: João Carlos Coutinho (piano), Lula Galvão (violão), Carlos Malta (flauta, flautim), Marcelo Costa (percussão), Jorge Helder (contrabaixo) e Rafael Barata (bateria). Infelizmente os violinos foram limados da apresentação no teatro no Maranhão. Nada, porém, a ponto de comprometer exigências extremadas.
Zélia Duncan incorporando o espírito de Tom Jobim
    Apenas com um deslize no final, com Adriana Calcanhoto perdida na introdução de "Se todos fossem iguais a você", o show se assemelhou à excelência da obra musical de Tom Jobim, ao mesmo tempo, simples, sofisticada e acessível.

    Como mestre de cerimônia, o ator Murilo Rosa em raras ocasiões deixou de lado o script em telepromter com pequenos erros de digitação como "curação", por exemplo. O texto essencialmente didático contribuiu para elucidar a obra de Tom Jobim a admiradores e novatos no universo da bossa nova. Excesso no roteiro houve apenas na participação de Rosa no coro dos cantores.

Michelin de camisa listrada no Arthur Azevedo ao lado de Zulu
O anônimo Michelin
    O produtor Cultural José Maurício Michelin deu uma lição de humildade no show do 24º Prêmio da Música Popular Brasileira. Vestindo uma camisa listrada que não o distingue entre os convidados não VIP da noite, Michelin transitou pelo teatro sem ser reconhecido pelo público convidado da Vale. Antes do show, o idealizar do prêmio foi até a porta e se dirigiu ao carrinho de pipoca estacionado próximo à bilheteria do teatro Arhur Azevedo. Conversou com o pipoqueiro e experimentou um punhado de pipoca.Assistiu o show em pé, instalado na entrada principal de acesso à plateia misturado ao pessoal da produção e funcionários do teatro. Nem mesmo quando o apresentar Murilo Rosa prestou homenagem a ele, fez questão de quebrar o anonimato. 

Flashes da música de Antonio Carlos Jobim no Arthur Azevedo:

Tom no TAA - Adriana Calcanhoto canta "Corcovado"


Tom no TAA - Zé Renato canta "Inútil Paisagem"


Tom no TAA - Roberta Sá canta "Sabiá"