terça-feira, 9 de abril de 2013

Cenas de teatro do oprimido na abertura da 8ª Semana de Teatro no Maranhão

    O diretor do Teatro Arthur Azevedo, Roberto Brandão, comemorou o número de pessoas que ficou de fora na abertura da 8º Semana de Teatro do Maranhão nesta segunda-feira,8, com orgulho bestificante. Para Brandão, o espetáculo do lado de dentro compensou de longe o desrespeito com que a direção da casa tratou o público do lado de fora. Simples assim.
   
 
    "Seria sempre essa reclamação", declarou o diretor em entrevista ao Bom Dia Mirante (TV Mirante - Rede Globo), na televisão do Sistema Mirante do Maranhão, sobre o tumulto formado na porta da casa na rua do Sol. Temendo uma inimaginável  depredação a direção da casa convocou a polícia para acompanhar a tensão gerada pela total falta de organização do evento e extremo desrespeito com o público. Recado dado: fiquem quietos diante de mais uma demonstração de cidadania negada.
 

    Dezenas de pessoas que ficaram na fila por mais de uma hora foram simplesmente ignoradas pela direção do Teatro Arthur Azevedo. Nenhum funcionário ou integrante da organização da semana se propôs a dar explicações. O mínimo de organização já seria suficiente para dar ordem e apaziguar a frustração com o limite da lotação da casa.
 
    Houve tempo para sanar a crise que se avolumou com o crescimento do público. Desde as cinco da tarde uma imensa fila se formou em frente do TAA para assistir à peça com a atriz global Beth Goulart no espetáculo Eu, simplesmente Clarice Lispector. Por volta das seis da tarde os ingressos ainda não haviam sido distribuídos. Em frente à bilheteria e à porta do teatro a fila se engrossava em desordem. Ao invés de explicações, funcionários designados para distribuir os ingressos mostravam-nos como se troféu fosse do suposto exemplo de democracia que a semana emana, conforme palavras do diretor.
    Inconcebível que a arte seja pretexto para afrouxar direitos. Politicamente incorreto, Brandão apela para um autismo que pode ser corrigido com uma leve dose de noção de cidadania. Chega a resvalar para o cinismo.
Assista o vídeo - "A não fila":