quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Rádio Universidade FM confina música dos maranhenses

    A orientação da direção da Rádio Universidade FM  (106,9 MHz no dial) é confinar a música produzida pelos artistas maranhenses em dois horários: no Santo de Casa, programa apresentado pela radialista Gisa Santos; e no Chorinhos e Chorões, apresentado pelo sociólogo Ricarte Almeida. A informação foi confirmada esta semana a uma produtora pelo diretor de programação da rádio, Paulo Pelegrini. 
    O diretor geral é o radialista Arnold Filho, do departamento de comunicação da Universidade Federal do Maranhão, UFMA. A rádio Universidade FM é gerenciada pela Fundação Sousândrade.
    Segundo Pelegrini, a divulgação de shows através de sorteios de ingressos ou mesmo chamadas de propaganda de eventos envolvendo artistas maranhenses, está restrita ao horário dos dois programas. O Santo de Casa faz parte da grade de programação da rádio há mais de duas décadas. O Chorinho e Chorões acontece somente aos domingos.
    Pelegrini advoga a ideia, amparado no pensamento de um suposto público jovem que sintoniza a emissora no dial, que a preferência musical juvenil não comporta a música dos maranhenses. Até a repudia. Daí não achar interessante ocupar intervalos com chamadas de shows de artistas locais ou sorteio.
   "Nosso público nesse horário se acaso fosse a um show de músico maranhense teria uma péssima impressão, principalmente de alguns cantores-compositores que se aventuram a cantar", argumenta o diretor de programação da Rádio Universidade.
    O pensamento de Pelegrini não surpreende os músicos maranhenses. Acreditam que o crivo da emissora que os tolhe do direito de execução e contato com o público não tem a mesma eficácia com a música de massa de qualidade sofrível como "Aí se eu te pego!", dentre outras pérolas. O diretor  cerceia o livre arbítrio dos ouvintes da emissora que exalta a música nativa em evento festivo anualmente para o qual buscam apoio da iniciativa privada. Para isso usam a mesma música que rejeitam para convencer os patrocinadores. É, para dizer o mínimo, um pensamento desafinado, porém real.