terça-feira, 18 de setembro de 2012

Após perder turistas, São Luís terá obras para despoluir praias

REYNALDO TUROLLO JR.
DE SÃO PAULO
As praias de São Luís, no Maranhão, impróprias para banho devido ao lançamento de esgoto sem tratamento, passarão por um trabalho de despoluição inédito, que deve começar ainda este ano.
     Na cidade, as praias são historicamente poluídas, já que apenas 10% do esgoto da capital maranhense --cidade com 1 milhão de habitantes-- recebe tratamento adequado.
    Em abril, o governo do Estado foi obrigado pela Justiça Federal a instalar placas nas praias da capital alertando os banhistas sobre as más condições da água do mar.
    Conforme a Folha mostrou em julho, a medida afastou os turistas da cidade.
    Na semana passada, o Ministério do Turismo empenhou R$ 10 milhões que poderão ser contratados pelo governo estadual para realizar obras de contenção do esgoto despejado nas praias.
    Segundo a Caema, companhia ambiental estadual responsável pelo esgoto em São Luís, o dinheiro será usado para despoluir os rios que desembocam nas praias do Caolho e Olho d'Água, região mais frequentada da orla. Ao todo, a ilha tem 14 praias.
    As obras deverão ser concluídas até o final de 2013, informou a Caema, em nota.
    Segundo o ministro do Turismo, Gastão Vieira, o Estado deverá submeter seu projeto de saneamento à aprovação da Caixa Econômica Federal, que fará o repasse e acompanhará a execução da obra.
    "Se for bom, teremos como financiar até R$ 30 milhões no ano que vem", disse o ministro, que é natural de São Luís.
REDE DE ESGOTO
    A ideia é construir uma rede que direcione o esgoto das praias para as duas estações de tratamento da cidade, que operam abaixo da capacidade devido à falta de um sistema coletor (que leva o esgoto dos imóveis até as estações).
    De acordo com o Ministério do Turismo, parcerias para saneamento semelhantes à de São Luís são realizadas em 14 Estados. A última delas foi em Porto Belo (SC).
    Além da parceria com o Turismo, o Maranhão recebe verba do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para saneamento na capital --R$ 124 milhões, com contrapartida de 20% do Estado.
Da Folha