Em busca da "chuva de bênçãos" que as comemorações dos 90 anos da Assembleia de Deus em São Luís poderia suscitar, o prefeito de São Luís, João Castelo (PSDB), estendeu a agenda no fim de semana. Foi ao Estádio Nhozinho Santos onde se realizava o culto das comemorações. Repartiu o espaço com a deputada estadual Eliziane Gama (PPS), uma das vozes de oposição à administração tucana na Assembleia Legislativa; e a vereadora Rose Sales (PCdoB), eco das críticas ao governo Castelo na Câmara Municipal de São Luís, e milhares de irmãos.
Aparentemente, Castelo perdeu, nos quesitos aplauso e apoio da ADSL, das representantes políticas da igreja. A senha para o apoio foi dada pelo pastor Coutinho. Às presenças e falas da deputada Eliziane Gama e vereadora Rose Salles foi solicita "calorosa salva de palmas". Para Castelo, um seco pedido de palmas.
A Assembleia é uma importante plataforma eleitoral. Não fosse assim, governadores e prefeitos, eleitos e quando assim o desejam, não a incluiriam em seus roteiros oficiais e de campanha, ou vice-versa.
Castelo esteve com o Pastor Coutinho há 15 dias. Foi acertar o apoio da Prefeitura institucional aos 90 anos da igreja. Fez repercutir o evento como revelação de expresso apoio à sua reeleição.
Dias depois a governadora do estado Roseana Sarney (PMDB) esteve na rua do Passeio, sede da ADSL. Decorou o Salmo 100 com claro objetivo de encantar os irmãos. Estava programada de ir ao local acompanhada do vice-governador Washington Oliveira (PT), pré-candidato a prefeito de São Luís pelo grupo Sarney. Oliveira levou um tombo e deixou de receber os primeiros respingos abençoados de uma campanha à base do vale-tudo.
Exemplarmente organizada em São Luís, como no restante do país, a Assembleia de Deus tem força estratégica na capital. São pontos de irradiação de fé e fidelidade que aglutinam milhares de pessoas. Na Cidade Operária(Área-15 de São Luís), por exemplo, quase 5 mil fiéis frequentam com rigor religioso o templo que custou mais de um milhão de reais. Tudo isso fruto da palavra.
